
Peça “A Filha Perdida” traz reflexões sobre maternidade e feminilidade
Ao som da tradicional cantiga brasileira “Como pode um peixe vivo viver fora da água fria?”, a peça teatral “A Filha Perdida” traz à tona reflexões sobre maternidade e feminilidade. Baseada no livro da escritora italiana Elena Ferrante, a montagem estrelada por Juliana Araujo, Maristela Chelala e Alex Huszar, também já adaptado para o cinema pela Netflix com Olivia Colman no papel principal, tem encantado o público no Sesc Bom Retiro.
Juliana Araujo, idealizadora e protagonista da peça, encontrou na música citada um elemento emblemático para a narrativa. A canção, que fala da ambiguidade da maternidade, enriquece a dramaturgia e remete a memórias afetivas e emocionantes.
A montagem de “A Filha Perdida” começou a ser pensada em 2017, quando Juliana leu o livro de Elena Ferrante. A atriz, que cursava a Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo e acabara de se tornar mãe, viu no enredo da obra um reflexo de suas próprias experiências. Assim, a peça ganha contornos pessoais e emocionantes, abordando a relação entre mães e filhas de maneira sensível e poética.
Além da trama envolvente, a peça se destaca pela trilha sonora original, composta por Alex Huszar, que também atua nos papéis masculinos. O espetáculo mescla sons variados, incluindo músicas de David Bowie e Marina Lima, além de ruídos que recriam ambientes marítimos e domésticos, proporcionando uma experiência sensorial única para o espectador.
Entre negociações, adaptações e desafios, Juliana Araujo conseguiu viabilizar a produção de “A Filha Perdida” e traz à plateia uma história marcante e comovente. Em meio a reflexões sobre o papel da mulher na sociedade e no âmbito familiar, a peça aborda questões universais com um olhar sensível e provocativo.
Ao unir arte e experiências pessoais, Juliana Araujo e sua equipe entregam ao público uma obra cheia de emoção e significados, que convida a refletir sobre a complexidade da maternidade e a busca por identidade própria. “A Filha Perdida” é mais do que um espetáculo teatral, é uma experiência transformadora que ressignifica o passado e emociona a todos que têm a oportunidade de assisti-lo.