Protesto interrompe audiência pública sobre licença de usina termelétrica em Caçapava, no Vale do Paraíba, gerando polêmica e resistência.




Audiência Pública em Caçapava gera protestos contra usina termelétrica

Aconteceu na última terça-feira, dia 3, uma audiência pública em Caçapava, no Vale do Paraíba, para discutir a licença ambiental de uma usina termelétrica. No entanto, o evento foi interrompido por protestos de manifestantes contrários à obra, que vem enfrentando resistência de políticos e grupos ambientalistas da região.

O Ibama (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) relatou que a interrupção ocorreu devido à “reação contrária dos presentes”. Os manifestantes, munidos de apitos e cartazes com mensagens como “Xô termelétrica”, impediram o prosseguimento dos trabalhos.

A Usina Termelétrica São Paulo, com potência de 1.743,8 MW e movida a gás natural, foi anunciada em 2022 pela empresa Natural Energia. Ela é considerada o maior projeto do tipo em licenciamento ou construção no Brasil, com previsão de início de operações para 2028, mas ainda sujeita a leilões do governo para compra de energia.

Vale ressaltar que a usina tem sido alvo de ações judiciais que chegaram a suspender o cronograma de audiências públicas. Críticos questionam os impactos na qualidade do ar e no abastecimento de água, especialmente em uma região já afetada pelo estresse hídrico.

O diretor do Instituto Arayara, Juliano Bueno de Araújo, destacou em nota os riscos para os recursos hídricos da capital paulista, enfatizando o uso excessivo de água necessário para o funcionamento da termelétrica. Por outro lado, a Natural Energia defende que a tecnologia empregada reduz a captação de água.

Em uma nota enviada à reportagem, o presidente da empresa, Ricardo Martins, alegou que a oposição é resultado de desinformação e salientou a importância da participação democrática na discussão do projeto.

As audiências públicas fazem parte do processo de licenciamento ambiental, porém o Ibama informou que ainda está analisando uma nova data para a continuação do encontro que foi interrompido. A segunda audiência, programada para quinta-feira em São José dos Campos, também não tem realização garantida.


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