O governo de Israel confirmou que está avaliando “os comentários” feitos pelo Hamas sobre um possível acordo para a libertação dos reféns sequestrados pelo movimento islâmico. Uma resposta aos mediadores será enviada em breve.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reafirmou ontem que o conflito na Faixa de Gaza não chegará ao fim até que os objetivos sejam alcançados: “a destruição do Hamas e a libertação de todos os reféns”.
Na região sul da Faixa de Gaza, dezenas de milhares de pessoas fugiram de setores do leste de Rafah e de Khan Yunis ao longo da semana, após Israel emitir uma ordem de evacuação em resposta aos constantes lançamentos de foguetes por parte do Hamas.
De acordo com a ONU, a ordem de evacuação afeta cerca de 250 mil pessoas e abrange um terço do território palestino, sendo considerada a “mais significativa desde outubro, quando moradores do norte de Gaza também foram obrigados a deixar suas casas” durante os primeiros dias do conflito atual.
Desde então, “nove em cada dez habitantes de Gaza foram deslocados pelo menos uma vez”, o que representa 1,9 milhão de pessoas, ressaltou Andrea De Domenico, chefe do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha). Além disso, De Domenico alertou que “96% da população de Gaza enfrenta uma situação de emergência alimentar ou catastrófica”.
– ‘Sem teto, comida e água’ –
Abdallah Muhareb, de 25 anos e residente em Khan Yunis, relatou ter sido obrigado a se deslocar várias vezes pelo território cercado por Israel, onde segundo a ONU, nenhum local é seguro. Muhareb desabafou: “Dormimos na rua, sem teto, comida e água, com bombardeios acontecendo ao nosso redor”.
