Dólar em alta no Brasil devido a manutenção dos juros altos nos Estados Unidos, aponta especialista da FGV

O dólar comercial fechou nesta terça-feira, 2 de janeiro, cotado a R$ 5,665, registrando uma pequena alta de 0,22%. Esta é a maior cotação da moeda desde 10 de janeiro de 2022, quando atingiu R$ 5,67. Em 2024, o dólar já acumula uma alta de 16,8%.
Além dos fatores externos, questões internas também têm contribuído para a pressão de alta sobre a moeda brasileira. A incerteza em relação às medidas de corte de gastos para o orçamento de 2025 e o contingenciamento de verbas públicas para o orçamento atual têm deixado o mercado financeiro apreensivo. A falta de confiança na capacidade do governo em cumprir as metas fiscais estipuladas causa preocupação entre os investidores.
Maria Malta, professora de economia política da Universidade Federal do Rio de Janeiro, observa que a elevação do preço do dólar também está relacionada a um jogo político pré-eleitoral, no qual grandes bancos e instituições financeiras buscam influenciar a escolha do próximo presidente do Banco Central. Neste contexto, o setor financeiro busca aumentar sua fatia de controle e poder econômico.
Apesar dos impactos negativos da alta do dólar, a desvalorização do real pode trazer benefícios para a economia brasileira, como uma melhora das exportações e a redução dos custos internos da dívida pública. A queda dos juros internos pode estimular a busca por crédito produtivo, impulsionando a atividade econômica no país.