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Decisões políticas controversas e instabilidade econômica lançam dúvidas sobre investimentos no Brasil






Análise Econômica Atual

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Intervir no câmbio agora é contraproducente. O diagnóstico é comum entre a maior parte dos economistas. Só diz o contrário quem está fazendo jogo político. O BC pode fazer vendas pontuais de moeda, mas vai queimar reservas e não vai mudar a tendência, porque exigem fatos objetivos para a alta do dólar.

E um deles é a instabilidade provocada pelas declarações do próprio presidente. Lula está semeando o risco de que seu governo pode se transformar em “Dilma 3” – uma administração intervencionista, cuja receita levou ao Brasil a sua pior recessão recente.

O presidente tem decisões políticas difíceis para tomar em breve: contingenciamento de despesas que podem ficar entre R$ 15 bilhões a R$ 20 bilhões em ano eleitoral, a escolha do novo presidente do Banco Central, e a própria definição se o arcabouço fiscal vai se sustentar ou não. Qual caminho ele vai tomar? Suas declarações recentes deixam as piores dúvidas, a despeito do esforço de Haddad e da ministra do Planejamento, Simone Tebet.

Além disso, cresce a percepção entre o empresariado de que Haddad está perdendo a guerra palaciana para o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Costa e Silveira se tornaram símbolos de uma política mais intervencionista e gastadora e da influência dos lobbies que podem se beneficiar com isso.

Soma-se ainda nesse cenário: a troca da presidência na Petrobras para retomar projetos que deram errado, a percepção de maior leniência com os corruptos após as anistias concedidas pelo ministro Dias Toffoli, um Supremo Tribunal Federal mais ativo a favor da Receita contra o contribuinte. Tudo junto faz um caldo que afasta o investidor. Até junho, a saída de recursos da bolsa foi recorde.

Nesse clima, quem vai querer investir no Brasil?

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