
Uma noite em um abrigo para moradores de rua em São Paulo
Reportagem por: José Vicente
Minha missão era passar uma noite em um abrigo para moradores de rua em São Paulo. Confesso que estava apreensivo, com receio de encontrar um ambiente perigoso e pessoas ameaçadoras. Decidi começar minha jornada na praça da Sé, onde utilizei os serviços da prefeitura para buscar alojamento.
Ao ligar para o número 156, que faz o encaminhamento para os albergues, fui instruído a esperar em frente a um bar na esquina da rua Benjamin Constant. Vestido com uma camiseta vermelha para facilitar minha identificação, aguardei a chegada da van que me levaria para o abrigo.
Após várias vans da prefeitura passarem sem parar, um grupo de assistentes sociais se aproximou de mim, reconhecendo a cor da minha camiseta. Eles me encaminharam para o Centro de Convivência Rodrigo Silva, onde consegui um lugar para passar a noite.
No abrigo, encontrei um ambiente organizado, com atividades programadas para os moradores. O jantar foi servido em um refeitório improvisado, onde todos se uniram para garantir uma refeição adequada. As instalações contavam com banheiros limpos, máquinas de lavar roupa e um controle rígido sobre o uso do espaço.
A noite foi tranquila, com cada pessoa recebendo uma cama metálica de armar para dormir. A rotina do abrigo começou cedo, com o café da manhã sendo servido às 7h20. Após a refeição, observei a chegada de uma nova leva de moradores em busca de abrigo e decidi encerrar minha experiência no abrigo.
Em resumo, minha noite no abrigo para moradores de rua em São Paulo foi uma experiência reveladora. Apesar dos desafios enfrentados por aqueles que dependem desses serviços, pude ver a solidariedade e a dignidade presentes em meio às dificuldades.