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Protestos e debates marcam instalação de usina termelétrica em Caçapava, SP: Audiências públicas programadas para a próxima semana.




Usina termelétrica em Caçapava gera debates e preocupações

Usina termelétrica em Caçapava gera debates e preocupações

No Vale do Paraíba, a instalação de uma usina termelétrica em Caçapava (SP) tem gerado protestos e debates acalorados entre moradores, políticos e ambientalistas da região. O projeto, que está em processo de licenciamento ambiental, será discutido em audiências públicas na próxima semana.

A decisão de retomar as audiências foi tomada após a Justiça suspender o processo no início do ano, alegando que o projeto não possuía certidão para uso do terreno. No entanto, a liminar foi posteriormente derrubada, permitindo que o processo seguisse adiante. A administração municipal também tentou barrar a construção da usina com uma lei que foi considerada inconstitucional.

Com uma potência de 1.743,8 MW e movida a gás natural, a Usina Termelétrica São Paulo foi anunciada em 2022 pela empresa Natural Energia. O empreendimento é justificado pela necessidade de fontes de energia complementares para a matriz renovável do Brasil.

Atualmente, o projeto em Caçapava é o maior em licenciamento ou construção no país, ficando atrás apenas de uma usina localizada no Porto do Açu, no Rio de Janeiro. A previsão é de que a usina entre em operação em 2028, mas ainda depende de leilões do governo para a compra de energia.

A resistência local ao projeto se deve, em parte, aos temores sobre possíveis impactos na qualidade do ar e no abastecimento de água em uma região que já sofre com escassez hídrica. Além disso, há críticas quanto ao uso de combustíveis fósseis em um contexto de emergência climática global.

Em uma entrevista recente, o presidente da Natural Energia, Ricardo Martins, defendeu o projeto, alegando que há desinformação por parte dos críticos. Ele ressaltou a importância das usinas térmicas para garantir o suprimento de energia em períodos de baixa geração de renováveis, como solar e eólica.

As audiências públicas estão agendadas para os dias 2 e 4 de julho. No entanto, opositores ao projeto pretendem recorrer à Justiça para tentar suspender o processo. Segundo a vereadora de Caçapava, Dandara Gisson, há preocupações sérias sobre os possíveis impactos ambientais e sociais da usina na região.

No setor elétrico, há um consenso de que as usinas termelétricas são necessárias para compensar as variações na geração de energia solar e eólica, que atualmente representam 30% da capacidade de produção de energia no Brasil. A Natural Energia defende que a usina em Caçapava ampliaria a segurança energética nacional, principalmente em um cenário de eletrificação da economia.

Apesar das críticas, a empresa está estudando formas de migrar para combustíveis mais limpos, como o biometano, e compensar as emissões de carbono. A discussão sobre a instalação da usina termelétrica em Caçapava ainda está longe de um consenso, com diversos atores envolvidos apresentando argumentos divergentes.


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