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Ernesto Geisel assina lei de fusão entre Guanabara e Rio de Janeiro em 1974: 50 anos de uma rápida manobra política.





O presidente do Brasil em 1974, Ernesto Geisel, assinou no dia 1º de julho a lei que uniu os estados do Rio de Janeiro e da Guanabara. A fusão, que colocou em um só território cerca de 4 milhões de habitantes, foi um marco na história política do país. No entanto, a cerimônia que oficializou o ato não teve grande destaque, já que coincidiu com um momento de luto oficial pela morte do presidente da Argentina, Juan Domingo Perón.

O cenário político da época era marcado pelo regime militar, com Geisel sendo o quarto presidente a assumir o poder. Sua gestão tinha a fusão dos estados como um dos principais objetivos, visando unificar orçamentos, polícias, tribunais de Justiça, servidores e Assembleias Legislativas. Esse processo, iniciado em 1974, foi resultado de uma rápida manobra política que teve impactos significativos na estrutura administrativa e econômica do novo estado formado.

A fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro foi precedida por debates e estudos realizados por especialistas e políticos da época. A Guanabara, com arrecadação três vezes maior do que o estado do Rio, trazia consigo um modelo administrativo mais avançado, o que justificava, para alguns, a necessidade de impor à cidade do Rio de Janeiro o estilo de gestão do regime militar.

A partir da fusão, novos desafios surgiram, como a integração de infraestruturas e sistemas de segurança dos dois estados. Diferenças marcantes foram observadas, como a disparidade na extensão da rede de esgoto, na distribuição de recursos para investigação policial e no perfil econômico de cada região. O processo de adaptação e convivência entre os dois territórios não foi isento de dificuldades, mas ao longo dos anos, a fusão contribuiu para o fortalecimento da região metropolitana do Rio de Janeiro e para o surgimento de novas lideranças políticas.

Atualmente, a região metropolitana do Rio continua a ser tema de debates e discussões, com questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável, infraestrutura e cooperação entre os municípios. Movimentos isolados que buscam revisitar a separação dos estados foram explorados ao longo das décadas, mas o reconhecimento das implicações históricas da fusão permanece presente no cenário político e econômico da região.


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