Agência BrasilDestaque

Dólar atinge maior nível desde janeiro de 2022, ultrapassando R$ 5,65 em dia de turbulências no mercado financeiro

Em um cenário de volatilidade tanto no mercado interno quanto externo, o dólar teve um dia de valorização explosiva, ultrapassando a marca de R$ 5,65 e alcançando o maior patamar desde janeiro de 2022. Por outro lado, a bolsa de valores conseguiu registrar ganhos, impulsionada principalmente pelas empresas exportadoras.

O dólar comercial fechou o dia sendo vendido a R$ 5,653, com um aumento de R$ 0,064 (+1,15%). Durante a manhã, a cotação permaneceu estável, mas no período da tarde disparou, encerrando no pico do dia e atingindo seu maior valor desde o início do ano passado. Em 2024, a moeda norte-americana acumula uma alta de 16,48%.

Por sua vez, o mercado de ações teve um dia de recuperação, com o índice Ibovespa, da B3, fechando aos 124.765 pontos, representando uma alta de 0,69%. O desempenho positivo foi impulsionado pelas ações de empresas exportadoras de commodities, que viram seus preços se valorizarem no mercado internacional ao longo do dia.

As pressões que impactaram o mercado financeiro nesta segunda-feira foram provenientes tanto de fatores domésticos quanto internacionais. No mercado externo, as taxas dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos registraram um aumento, o que tende a estimular a fuga de capitais de países emergentes, como é o caso do Brasil.

Apesar das pressões externas, o dólar conseguiu fechar relativamente estável em relação às principais moedas internacionais. Internamente, a queda observada durante a manhã foi atribuída à venda de dólares por parte de investidores que buscavam realizar lucros.

O mercado financeiro também reagiu à constatação de uma piora nas expectativas de inflação, conforme revelado pelo boletim Focus, pesquisa semanal feita pelo Banco Central com instituições financeiras. Além disso, as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao Banco Central e à política de juros também influenciaram o mercado, com críticas ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto, e à atual taxa de juros de 10,5% ao ano. Lula afirmou que irá escolher um presidente para o BC que tenha uma visão mais alinhada com a realidade do país, e não dos interesses do sistema financeiro.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo