Denúncia da África do Sul contra Israel por genocídio na Faixa de Gaza será decidida na sexta-feira (26) pela CIJ.

A juíza Joan E. Donoghue, presidente da Corte, vai ler a decisão em uma sessão pública do tribunal, no Palácio da Paz, em Haia, nos Países Baixos. A convenção, criada em 1948 em resposta ao Holocausto na Segunda Guerra Mundial, caracteriza genocídio como atos “cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso”.
Os advogados de Israel negaram a acusação de genocídio na Faixa de Gaza e pediram ao tribunal que rejeitasse a solicitação sul-africana de determinar a suspensão das ações militares na região. Israel iniciou a sua campanha militar após os ataques do Hamas, nos quais 1,2 mil pessoas foram mortas, a maioria delas civis. Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas em outubro, o número de palestinos mortos em ataques israelenses na Faixa de Gaza ultrapassou 25 mil pessoas. Na terça-feira (23), 24 soldados israelenses foram mortos no pior dia de perdas de Israel em Gaza, segundo as Forças Armadas.
A denúncia da África do Sul recebeu o apoio do Brasil, México, Chile, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Malásia, de países da Liga Árabe e da Organização de Cooperação Islâmica. Por outro lado, a Alemanha rejeitou as alegações feitas pela África e manifestou apoio a Israel. O caso é marcado por tensões e polarizações de opiniões entre diferentes países e organizações internacionais. A expectativa sobre a decisão da Corte Internacional de Justiça está gerando intensas discussões nos círculos internacionais. O conflito no Oriente Médio já dura mais de 100 dias e tem trazido consequências devastadoras para ambas as partes envolvidas. A decisão da corte terá um impacto significativo nas relações entre Israel, África do Sul e outros países que se posicionaram a favor ou contra a denúncia.