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Cinquenta anos após a morte de Perón, o peronismo mantém sua relevância na Argentina e enfrenta novos desafios com ascensão do ultraliberalismo.




50 anos da morte de Perón: o legado do peronismo na Argentina

O legado do peronismo na Argentina

No dia 1º de outubro, o cinquentenário da morte de Juan Domingo Perón (1895-1974) foi lembrado e trouxe à tona um intenso debate sobre o peronismo na Argentina. Essa corrente política, derivada do legado do ex-presidente, se tornou a maior força política do país ao longo dos anos, gerando várias ramificações que, atualmente, enfrentam desafios com a ascensão do ultraliberal Javier Milei. Mesmo assim, o peronismo mantém sua relevância e capilaridade na vida dos argentinos.

Origens do peronismo e figuras importantes ao longo da história

O que é o peronismo?
Movimento político que surgiu nas décadas de 1940 e 1950, durante as presidências de Juan Domingo Perón, caracterizado por melhorias nas condições de vida dos mais pobres, criação de regras trabalhistas, expansão dos serviços públicos e presença do Estado na economia.

Além disso, o peronismo se destacou pelo nacionalismo antiamericano e culto à personalidade de Perón e de sua esposa, Eva Perón.

O que é o antiperonismo?
O antiperonismo surgiu juntamente com o peronismo, motivado pela rejeição da elite argentina ao surgimento de um movimento popular com ampliação dos direitos dos estratos mais pobres da sociedade, conhecidos coloquialmente como “gorilas”.

O terceiro peronismo
Após 18 anos de exílio, Perón retorna à Argentina em 1973 e, com uma jogada política, é eleito presidente, mas falece no ano seguinte, marcando um período de divisões entre diferentes vertentes do peronismo.

Existe um partido peronista?
Embora o Partido Justicialista tenha sido fundado por Perón em 1946, hoje o peronismo se encontra dividido em várias correntes que defendem diferentes valores, como a ala operária, sindical, de direita, de esquerda, feminista, entre outras.

Presidentes peronistas e seus legados

Isabelita Perón (1974-1976) – direita
María Estela Martínez de Perón assumiu a presidência após a morte de Perón, enfrentando um cenário de divisões no peronismo e violência, culminando no golpe militar que deu início à ditadura.

Carlos Menem (1989-1999) – centro-direita
Menem adotou uma política econômica liberal e se aproximou dos EUA, além de realizar polêmicas privatizações, sendo um dos presidentes peronistas mais populares.

Eduardo Duhalde (2002-2003) – centro-esquerda
Duhalde assumiu em meio a uma grande crise e promoveu medidas para estabilizar a economia, contando com o apoio do então ministro da Economia, Roberto Lavagna.

Néstor Kirchner (2003-2007) – esquerda
Kirchner foi responsável por reduzir a pobreza na Argentina e promover o crescimento econômico, além de fortalecer as relações com outros países da região.

Cristina Kirchner (2007-2015) – esquerda
Durante seu governo, Cristina adotou políticas assistencialistas, enfrentou protestos da oposição e responde a processos na Justiça por diferentes acusações.

Alberto Fernández (2019-2023) – centro-esquerda
Fernández, apadrinhado por Cristina Kirchner, enfrentou desafios como a inflação e a pobreza, destacando-se pela aprovação da Lei do Aborto.


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