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Fratura exposta na frente de contenção da ultradireita na França: eleições legislativas trazem cenário de incerteza e polarização






Cobertura Eleitoral na França

Resultados Eleitorais na França: Cenário de Incertezas

A tensão política na França atingiu um novo patamar após os resultados do primeiro turno das eleições legislativas, que revelaram um cenário fragmentado e um embate acirrado entre diferentes correntes políticas do país.

O principal destaque foi a ascensão da Reunião Nacional (RN), liderada por Marine Le Pen, que obteve cerca de 33,2% dos votos, seguida pela Nova Frente Popular, coalizão de esquerda, com 28,1%, e o Juntos, liderado por Emmanuel Macron, presidente da República, com 21%. O Republicanos, representante da direita tradicional, ficou com 10% dos votos.

Esses resultados apontam para uma possível mudança na configuração do parlamento francês, com a RN se aproximando de uma maioria na Assembleia Legislativa, embora ainda seja um desafio alcançá-la. Cerca de 500 distritos estão previstos para um segundo turno, no próximo domingo, o que promete uma disputa acirrada.

Desde 2002, a estratégia da “frente republicana” tem sido adotada para conter o avanço da ultradireita na França. No entanto, as divergências entre os partidos de centro e esquerda complicaram o cenário eleitoral deste ano. Macron e seu primeiro-ministro, Gabriel Attal, pediram apoio aos candidatos do Juntos para barrar a RN, mas a França Insubmissa, partido mais radical da coalizão de esquerda, gera incertezas quanto a essa aliança.

A recusa do voto na Nova Frente Popular é reflexo da predominância da França Insubmissa, liderada por Jean-Luc Mélenchon, e de suas propostas de esquerda mais radicais, como aumento de gastos e revogação de reformas previdenciárias. Enquanto isso, a RN, renovada sob o comando de Marine Le Pen, tem conquistado espaço com um discurso mais moderado em relação ao passado.

A perspectiva de um parlamento dividido em terços e um governo minoritário aponta para um cenário de instabilidade política na França, com desafios emergentes que devem perdurar no médio prazo.


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