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Alianças na Baixada Fluminense repercutem na polarização nacional nas eleições municipais e refletem disputa entre PL e PT.




Artigo: Polarização política na Baixada Fluminense

Polarização política na Baixada Fluminense

A polarização política que tem dominado o cenário nacional nas eleições municipais deste ano também se faz presente na Baixada Fluminense, região estratégica do estado do Rio de Janeiro. Partidos como o PL e o PT se aliaram a lideranças locais para tentar reproduzir o embate entre bolsonaristas e petistas que tem marcado a política brasileira.

O Partido Liberal (PL), ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, abriu espaços em suas chapas para parentes de lideranças políticas da região, enquanto o Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Lula, resgatou antigos caciques para tentar frear o avanço bolsonarista na Baixada.

A região, composta por 13 municípios e com um eleitorado de 2,9 milhões de pessoas, é vista como um termômetro do avanço do bolsonarismo no Rio de Janeiro. Caracterizada pela violência e pela forte presença de igrejas evangélicas, a Baixada Fluminense tem sido palco de disputas políticas acirradas.

Segundo a cientista política Mayra Goulart, coordenadora do Laboratório de Partidos, Eleições e Política Comparada da UFRRJ, a Baixada é um ambiente propício para a proliferação de discursos ligados à segurança pública e ao enfrentamento da violência. O ex-presidente Bolsonaro obteve vitórias expressivas na região em eleições passadas, e o PL busca ampliar essa vantagem, enquanto o PT tenta conter esse avanço.

A importância das eleições na Baixada se reflete na projeção política de lideranças como o deputado federal Doutor Luizinho, do PP, que tem sido cotado para a sucessão do deputado Arthur Lira na presidência da Câmara dos Deputados.

Luizinho tem adotado uma postura equidistante entre Bolsonaro e Lula, buscando evitar conflitos com os dois principais partidos do Congresso. Na capital, por exemplo, o deputado lançou o nome de Marcelo Queiroz para prefeito, rompendo possíveis alianças com figuras como o prefeito Eduardo Paes e o deputado Alexandre Ramagem, do PL.

Na Baixada Fluminense, por outro lado, Luizinho se aliou ao PL, com sua irmã Roberta Teixeira sendo vice na chapa liderada por Dudu Reina, do PP, em Nova Iguaçu. A estratégia do deputado busca ampliar sua base eleitoral na região e fortalecer suas alianças políticas.

Além disso, houve movimentações inéditas, como o apoio de um aliado de Lula, o deputado Aureo Ribeiro, à chapa em Duque de Caxias encabeçada por Netinho Reis, sobrinho de um forte aliado de Bolsonaro na região. O PT também resgatou antigas lideranças em diversas cidades da Baixada, buscando fortalecer sua presença e preparar terreno para as eleições futuras.

Com todas essas movimentações, a polarização política na Baixada Fluminense promete ser um dos grandes destaques das eleições municipais deste ano. O embate entre bolsonaristas e petistas se intensifica na região, refletindo as disputas que têm agitado o cenário político nacional.


BAIXADA FLUMINENSE, EM NÚMEROS ELEITORAIS

  • 13 municípios
  • 2,9 milhões de eleitores
  • 22,3% do eleitorado do Estado do Rio de Janeiro, de 13 milhões
  • 60,5% dos votos válidos no segundo turno em 2022 foram para o ex-presidente Jair Bolsonaro
  • 58,3% x 41,7% foi a menor diferença entre Bolsonaro x Lula, em Duque de Caxias
  • 64,3% x 35,7% foi a maior diferença entre Bolsonaro x Lula, em Itaguaí


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