Eleição Presidencial no Irã: Resultados Preliminares Revelam Tendência Incerta

No primeiro turno da eleição presidencial no Irã, o ex-negociador nuclear Saeed Jalili, conhecido por sua lealdade ao líder supremo aiatolá Ali Khamenei, conquistou uma leve vantagem sobre seu concorrente moderado, o deputado Massoud Pezeshkian. Com mais de 10,3 milhões de votos contados até o momento, Jalili obteve mais de 4,26 milhões, enquanto Pezeshkian recebeu cerca de 4,24 milhões, segundo informações do oficial do Ministério do Interior, Mohsen Eslami, divulgadas pela TV estatal do país.

A participação nas eleições foi de aproximadamente 40%, número abaixo do esperado pelas lideranças clericais do Irã, com testemunhas relatando que os locais de votação em Teerã e outras cidades não estavam lotados. A agência de notícias Tasnim afirmou que é “muito provável” que haja um segundo turno para definir o próximo presidente, após a morte de Ebrahim Raisi em um acidente de helicóptero.

A eleição ocorre em um momento de tensão regional, com conflitos em Gaza e no Líbano, e crescente pressão do Ocidente devido ao programa nuclear iraniano. Apesar de não ser esperada uma mudança drástica nas políticas do país, o resultado pode influenciar a sucessão do atual líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, de 85 anos, no poder desde 1989.

Embora o presidente do Irã não possua total autonomia em questões de Estado, ele exerce influência sobre a política interna e externa do país. Vale ressaltar que a liderança clerical busca uma alta participação eleitoral para mitigar a crise de legitimidade provocada pelo descontentamento público em relação à situação econômica e às restrições políticas e sociais vigentes.

Em resumo, a eleição presidencial no Irã é acompanhada de perto dentro e fora do país devido à sua importância estratégica e ao impacto que os resultados podem ter tanto na política interna quanto nas relações exteriores da República Islâmica.