Dólar atinge maior valor em dois anos e meio, chegando perto de R$ 5,60, em meio a nervosismo no mercado financeiro

Em mais um dia agitado nos mercados doméstico e internacional, o dólar atingiu a marca de R$ 5,60, alcançando o maior valor em dois anos e meio. Enquanto isso, a bolsa de valores teve uma pequena queda, mas conseguiu fechar o mês com ganhos.

O dólar comercial encerrou a sexta-feira sendo vendido a R$ 5,588, registrando uma alta de R$ 0,081 (+1,46%). Mesmo iniciando a jornada em baixa, a cotação da moeda disparou durante a primeira hora de funcionamento do mercado e, no pico do dia, atingiu R$ 5,59.

Este valor do dólar é o mais alto desde 10 de janeiro de 2022, quando encerrou em R$ 5,67. A divisa norte-americana acumulou um aumento de 6,47% somente no mês de junho e de 15,15% no primeiro semestre do ano. Enquanto isso, o euro comercial fechou em R$ 5,98, aproximando-se da marca de R$ 6 pela primeira vez desde fevereiro de 2022.

No mercado de ações, o índice Ibovespa da B3 fechou o dia em 123.911 pontos, registrando uma queda de 0,32%. Apesar do recuo no último dia de junho, o indicador apresentou um aumento de 1,49% no mês. No acumulado do ano, a bolsa apresenta uma queda de 7,65%.

Diversos fatores influenciaram a agitação nos mercados, tanto internos quanto externos. O mercado dos Estados Unidos recebeu com otimismo a notícia de desaceleração da inflação ao consumidor em maio, mas as taxas dos títulos do Tesouro norte-americano subiram novamente após a queda do índice de confiança do consumidor ter sido menor do que o esperado. Além disso, juros altos em economias avançadas pressionam o dólar em países emergentes, como o Brasil.

Durante essa sexta-feira, o mercado financeiro foi impactado por fatores externos e internos. O último dia útil do semestre é caracterizado pela alta demanda de dólares por multinacionais que remetem seus lucros ao exterior. Além disso, uma entrevista na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a Taxa Selic de 10,5% ao ano e o déficit primário de R$ 63,9 bilhões do setor público em maio também influenciaram negativamente o mercado.

Em resumo, o cenário de turbulência nos mercados doméstico e internacional reflete a sensibilidade dos investidores a diversos fatores que impactam diretamente a economia global e nacional.