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Protestos em Bangladesh resultam em confrontos mortais e exigem renúncia da primeira-ministra Sheikh Hasina





Protestos em Bangladesh pedem renúncia da primeira-ministra

No último domingo (4), centenas de milhares de manifestantes saíram às ruas de Bangladesh em protesto pela renúncia da primeira-ministra do país, Sheikh Hasina. O dia foi marcado por confrontos violentos, resultando em pelo menos 77 mortes, elevando o total de óbitos para 283 desde o início dos protestos, no mês passado.

A movimentada praça central de Shahbagh, em Daca, foi palco de intensos combates entre manifestantes armados com paus e apoiadores do governo. A polícia relatou conflitos entre estudantes e membros do partido no poder, enquanto as autoridades de segurança permaneceram passivas em relação aos protestos, indicando possível insatisfação com o governo de Hasina.

Além disso, um ex-chefe do Exército emitindo um comunicado exigindo a retirada das tropas das ruas e permitindo a continuidade dos protestos. O pedido foi endossado por outros ex-membros de alto escalão das Forças Armadas, denunciando atos violentos e detenções em massa.

A polícia informou que entre os mortos do último domingo estavam 14 agentes, com relatos de invasão de uma delegacia na cidade de Enayetpur. Os confrontos prosseguiram durante o toque de recolher imposto em todo o país, com tiros ouvidos pelos jornalistas presentes e limitações de acesso à internet móvel.

Os protestos tiveram início devido à revolta da população contra o sistema de cotas no serviço público para familiares de lutadores da independência de Bangladesh em 1971. Mesmo após a abolição das cotas em 2018, a decisão foi revertida por um tribunal inferior no mês passado, desencadeando a onda de manifestações.

Apesar de uma reversão parcial da decisão pela Suprema Corte, as manifestações continuaram, intensificando os distúrbios enfrentados por Hasina, que está no poder há 15 anos. A população exige mais do que a questão das cotas de emprego, buscando garantias para as futuras gerações e denunciando supostos abusos de poder por parte do governo.

Sheikh Hasina, de 76 anos, líder de Bangladesh desde 2009, enfrenta uma crescente onda de oposição e críticas de grupos de direitos humanos, que a acusam de utilizar as instituições estatais para perpetuar seu governo e silenciar a oposição de forma arbitrária.


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