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Eleições antecipadas na França colocam decisão sobre futuro do país nas mãos dos eleitores contra extrema direita

Macron enfrenta desafios em eleições antecipadas na França

Quando o presidente convocou a eleição antecipada, após a derrota nas eleições europeias de 9 de junho pelo RN, Macron esperava apresentar aos eleitores uma escolha clara sobre entregar a França à extrema direita. Mas a rápida campanha, de apenas três semanas, “não iria reverter as tendências principais” no país, disse Brice Teinturier, vice-diretor do instituto de pesquisas Ipsos, ao jornal Le Monde, acrescentando que o “bloco do RN é incrivelmente poderoso”.

Até mesmo os experientes pesquisadores franceses estão com dificuldades para traduzir esse nível de apoio em um resultado final, já que os votos do segundo turno, em 7 de julho, podem mostrar eleitores mudando de campo e novas alianças de conveniência podem se formar. Uma participação maior do que o usual também pode transformar a votação.

Cerca de dois terços dos eleitores aptos a votar planejam participar, o que seria o maior nível desde 1997. Até quinta-feira (27), o instituo de pesquisa Harris Interactive Toluna previa de 250 a 305 assentos, de um total de 577, para o RN – colocando uma maioria absoluta da Assembleia ao seu alcance -, enquanto o Ifop-Fiducial sugeria que o partido poderia chegar a 260.

“Quem controla a economia é o premiê”

Le Pen já planeja uma maioria absoluta e um chefe de governo do RN, dizendo ao diário Telegramme que o título do presidente de comandante-chefe das forças armadas seria “honorífico, porque é o primeiro-ministro quem controla as finanças”. Portanto, “na Ucrânia, o presidente não poderá enviar tropas”, acrescentou, minando o alerta feito por Macron a Moscou de que a França manteria todas as opções sobre a mesa para frustrar a invasão russa ao seu vizinho.

O candidato a primeiro-ministro, Jordan Bardella, já prometeu não enviar a Kiev mísseis de longo alcance e outras armas que poderiam atingir o território russo, atrapalhando a estratégia do presidente. O RN também disse que não concordará em formar um governo sem uma maioria absoluta – deixando em aberto a possibilidade de que nenhuma força política conseguirá manter um primeiro-ministro no cargo.

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