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Brasil recebe toneladas de resíduos dos EUA em meio a debate sobre importação de lixo e gestão de resíduos urbanos





Relatório aponta aumento na importação de resíduos sólidos urbanos no Brasil

Relatório aponta aumento na importação de resíduos sólidos urbanos no Brasil

Por um jornalista especializado em meio ambiente

Segundo o recente relatório de Importação e Exportação de resíduos sólidos urbanos, divulgado pela ARZB (Aliança Resíduo Zero Brasil), os Estados Unidos foram os principais exportadores de resíduos para o Brasil nos anos de 2022 e 2021. Essa constatação levanta preocupações sobre a gestão adequada desses resíduos em território nacional.

Apesar do governo atual, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, ter elevado a taxa de importação para 18%, especialistas da área argumentam que essa medida ainda não é suficiente para resolver o problema da gestão de resíduos no país. De acordo com Carlos Alberto Moraes, professor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos e membro do Comitê Gestor da Aliança Resíduo Zero Brasil, a taxa deveria ser elevada para 100% e a importação deveria se limitar a materiais não disponíveis internamente.

O Atlas Brasileiro da Reciclagem 2023 revela que menos de 30% das cidades brasileiras possuem sistemas de coleta seletiva, e as que possuem ainda coletam quantidades muito pequenas. Em cidades como Belém, que sediará a conferência da ONU sobre mudanças climáticas em 2025, menos de 1% dos resíduos são reciclados.

Victor Argentino, coordenador de projetos de resíduos sólidos do Instituto Polis, destaca que as técnicas de coleta predominantes no Brasil concentram-se em aterros sanitários e lixões, que têm baixo custo de operação, mas representam um retrocesso para o setor brasileiro. “Muitos contratos de limpeza urbana ainda são baseados na quantidade de resíduos enterrados, desestimulando a reciclagem”, pontua Argentino.


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