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Desmantelando a conspiração bolsonarista
Ao não embarcar institucionalmente na conspiração bolsonarista, o que ajudou a desarmá-la, as cúpulas das Forças Armadas foram chamadas de “melancias” não só pelo bolsonarismo como por outros militares que apoiavam a virada de mesa. O ex-comandante do Exército, o general Freire Gomes, e o ex-comandante da Aeronáutica, Batista Júnior, foram escolhidos como os principais alvos, ambos confirmaram em depoimento a discussão de um golpe em reuniões com Bolsonaro no final de 2022.
O general Braga Netto, candidato a vice de Jair, chegou a chamar Gomes de “cagão” por não apoiar o golpismo, e a extrema direita também atacou outros membros do alto comando. O Brasil não tem melancias, mas tem muita jaca podre, verde por fora e desagradável por dentro.
Entre os alvos fardados investigados por tentar transformar o Estado democrático de direito em geleia estão o general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, o general Braga Netto, ex-ministro-chefe da Casa Civil, o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, o general Estevam Cals Theophilo Gaspar Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres, o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, e o general Mario Fernandes, que foi o número 2 da Secretaria-Geral da Presidência.
E, claro, o próprio Jair Messias Bolsonaro, capitão reformado do Exército e que seria o principal beneficiário do golpismo. Apesar dos esforços do atual comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, e do naco democrata da cúpula das três forças, para que os militares tenham um comportamento republicano e constitucional, são muitas as jacas que sonharam com tentativa de golpe.