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Alerta sobre obesidade no Brasil
Um estudo nacional divulgado durante o Congresso Internacional sobre Obesidade (ICO 2024) em São Paulo trouxe um alerta preocupante: se os padrões atuais forem mantidos, quase metade da população brasileira será obesa nos próximos vinte anos.
De acordo com a projeção, até 2044, 48% dos adultos brasileiros podem atingir a obesidade e outros 27% o sobrepeso, o que representa um total de 130 milhões de pessoas. Atualmente, 56% da população já está nessa situação, com 34% considerados obesos e 22% com sobrepeso.
O estudo também aponta que as taxas de obesidade vão impactar diretamente a população ativa do país, com pelo menos 11 doenças associadas ao elevado IMC, como diabetes, hipertensão, doença renal crônica, câncer e cirrose.
Os dados foram apresentados durante o Congresso Internacional sobre Obesidade, realizado pela World Obesity Federation (WOF) em parceria com a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso). O pesquisador responsável pelo estudo, Eduardo Nilson, alerta para a necessidade de políticas robustas para lidar com esse cenário.
Epidemia brasileira
A prevalência de obesidade no Brasil quase dobrou de 2006 a 2019, atingindo 20,3% da população adulta. Até 2030, as estimativas apontam que 68,1% dos brasileiros estarão com sobrepeso ou obesidade. Mulheres, negros e outras etnias minoritárias são os grupos mais afetados.
Em relação ao tempo de estudo, aqueles com mais anos de educação formal têm menor prevalência de obesidade. No entanto, as consequências econômicas e de saúde pública são alarmantes, com um aumento significativo nos custos associados ao tratamento dessas doenças.
Infância comprometida
Um outro estudo apresentado no ICO 2024 revela uma projeção preocupante para a obesidade infantil no Brasil. Se nada for feito, em duas décadas, 24% das crianças de 5 a 9 anos, 15% das de 10 a 14 anos e 12% dos adolescentes de 15 a 19 anos estarão obesos.
O presidente da Abeso, Bruno Halpern, destaca a importância da prevenção e do tratamento desde a infância para combater esse cenário preocupante. Ações urgentes são necessárias para reverter essa tendência e promover uma vida saudável para as futuras gerações.