Aumento de mais de 350% de estudantes indígenas em universidades brasileiras é tema de seminário da Comissão da Amazônia

18/09/2024 – 18:08
Bruno Spada / Câmara dos Deputados
Seminário promovido pela Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais
No ano de 2004, a Universidade de Brasília contava apenas com 4 alunos indígenas. Atualmente, esse número subiu para 203. Dados de 2021 indicam que mais de 45 mil estudantes indígenas estão matriculados em instituições de ensino superior no Brasil, representando um crescimento de mais de 350% em uma década. O aumento significativo desses estudantes foi o tema de um seminário promovido pela Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais.
A presidente da Associação dos Acadêmicos Indígenas da UnB, Manuele Tuyuka, ressaltou a importância de adquirir conhecimento em prol dos direitos das comunidades indígenas. Segundo ela, a batalha atualmente está em garantir a permanência de qualidade dos estudantes no ensino superior.
Manuele afirmou: “A gente tem essa questão de sermos a extensão de nossas comunidades, a extensão de nossos povos para dentro das universidades também. Hoje existem vários vestibulares específicos nas universidades que aderiram também a essa política de ações afirmativas. Então hoje a gente entende que a gente tem acesso e não temos a permanência e a permanência hoje precisa ser de qualidade”.
A diretora de políticas de educação escolar indígena, Rosilene Tuxá, mencionou os investimentos do Ministério da Educação para fortalecer a equidade na educação indígena, destacando programas como o Parfor Equidade e o Prolind, que visam melhorar a formação de professores que atuam com essas comunidades.
Rosilene afirmou: “Os povos indígenas nunca tiveram oportunidade do ensino superior. Isso acontece lei de cotas de 2012. A lei de cotas dá um salto gigantesco. A partir desse momento nós avançamos muito no acesso e na permanência”.
Além disso, o Ministério da Educação está fortalecendo o bolsa-permanência para os estudantes indígenas, com a meta de universalizar o programa até janeiro de 2025, beneficiando milhares de alunos.