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Políticas de controle inflacionário na Argentina impactam negativamente as exportações brasileiras, com queda de mais de 30% até maio.






Impacto da crise argentina nas exportações brasileiras

Impacto da crise argentina nas exportações brasileiras

No cenário de relações conturbadas entre Argentina e Brasil, as políticas de controle inflacionário implementadas pelo governo do presidente argentino Javier Milei têm gerado impactos negativos no comércio brasileiro. A recessão no país vizinho é apontada como uma das principais causas para a queda de mais de 30% nas exportações brasileiras para a Argentina até maio deste ano, um mercado que historicamente é o terceiro maior comprador do Brasil e que agora corre o risco de perder essa posição para a Holanda.

A participação da Argentina nas exportações brasileiras atingiu níveis mínimos, com patamares preocupantes registrados em janeiro e maio. Em sua visita à Argentina em abril, a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, classificou a redução dos fluxos como algo natural diante da recessão no país vizinho, porém demonstrou preocupação com a situação em Brasília.

Segundo dados do FMI, a previsão de crescimento da Argentina foi revisada para baixo, com uma estimativa de contração de 3,5% em 2024. O pesquisador Fabio Giambiagi destacou que a economia argentina está enfrentando uma crise prolongada, resultado de políticas anteriores e da atual administração de Milei.

O atual governo argentino tem adotado medidas para conter a inflação, o que impactou fortemente a demanda interna no país. Esse cenário tem sido acompanhado por uma preocupação crescente com o desemprego, o que sinaliza uma mudança nas prioridades econômicas do país.

Setor automotivo é o mais afetado

O impacto da crise argentina atingiu diversos setores da economia, com destaque para a indústria automotiva. A queda na produção industrial observada nos últimos meses tem impactado diretamente a produção de veículos e peças, setor essencial para as exportações brasileiras.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores afirmou que as exportações brasileiras têm enfrentado dificuldades devido ao cenário econômico desfavorável nos países vizinhos. A Argentina é o principal importador de produtos manufaturados do Brasil, o que afeta várias indústrias, incluindo as ligadas ao agronegócio.

“Fadados à interdependência”

Apesar dos desafios econômicos, Brasil e Argentina são países intrinsecamente ligados, principalmente devido ao Mercosul. A integração comercial e de infraestrutura entre os dois países dificulta uma substituição do principal parceiro econômico. Os impactos da crise na Argentina são sentidos no Brasil, mas as expectativas são de que os entraves econômicos sejam amenizados nos próximos meses.

Menos entraves e mais moeda estrangeira

A escassez de divisas e a crise cambial vivida pela Argentina têm gerado dificuldades para importadores e exportadores. O governo argentino implementou medidas para tentar contornar a situação, como a criação de divisas específicas. Especialistas acreditam que a normalização da economia local nos próximos meses pode melhorar a disponibilidade de moeda estrangeira e reduzir os entraves nas transações comerciais com o Brasil.


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