Agência BrasilDestaque

Bahia faz primeira cirurgia de redesignação sexual pelo SUS: bailarina relata transformação e plenitude pós-operatório.

No dia 9 de agosto de 2023, a história da bailarina e professora de dança Yohana de Santana, de 47 anos na época, mudou para sempre. Ela se submeteu à primeira cirurgia para redesignação sexual pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Bahia, um marco também para o Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes), da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Passados mais de quatro meses da operação, a Agência Brasil procurou Yohana para saber como foi sua recuperação. Durante a entrevista, ela descreveu a tranquilidade e naturalidade com que enfrentou o período pós-operatório. Para ela, a cirurgia foi uma correção e não uma mudança, trazendo uma sensação de plenitude em sua vida.

Acompanhamento psicológico e preparação para o pós-operatório foram mencionados como fatores importantes para Yohana, que buscava a redesignação desde 2010. Ela enfatizou que a busca pela redesignação não é apenas estética, mas uma questão de saúde mental e bem-estar.

No Hospital Universitário da UFBA, a endocrinologista e coordenadora do Ambulatório Transexualizador, Luciana Oliveira, destacou a importância da cirurgia para o bem-estar psicológico da pessoa.

O procedimento fez com que Yohana se sentisse plena, levando-a a se expor na mídia para servir de inspiração para outras pessoas que buscam a mesma mudança em suas vidas.

O Hospital Universitário da UFBA conta com um centro de cirurgia de redesignação sexual credenciado pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia e busca ampliar a oferta de cirurgias. O Brasil realiza o procedimento de redesignação sexual desde 2010 em mulheres trans e desde 2019 em homens trans, com mais de 400 cirurgias realizadas até o momento.

Em novembro de 2023, uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que as operadoras de planos de saúde são obrigadas a cobrir as cirurgias de redesignação sexual. No entanto, a cobertura pelo SUS segue limitada, de acordo com a Agência Nacional de Saúde.

A história de Yohana compartilhada pela Agência Brasil serve para destacar não apenas a importância da cirurgia de redesignação para o indivíduo, mas também os desafios enfrentados no sistema de saúde para garantir o acesso a esses procedimentos. Ao mesmo tempo, demonstra as mudanças e avanços ocorridos no país em relação aos direitos e reconhecimento das pessoas trans e não-binárias.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo