O Parlamento do Reino Unido: uma breve história
O Parlamento do Reino Unido é uma instituição que remonta a 1689, quando a Declaração de Direitos foi imposta à monarquia britânica como resultado da Revolução Gloriosa. Ao longo dos séculos, passou por reformas significativas para ampliar o direito ao voto e a representatividade do povo britânico.
Até o século 19, apenas os proprietários de grandes terras tinham o direito de eleger os membros do Parlamento. No entanto, a partir de 1832 até 1928, uma série de reformas estendeu progressivamente o direito ao voto para diferentes segmentos da sociedade britânica, culminando no sufrágio universal para cidadãos com mais de 21 anos em 1928.
O Parlamento britânico é composto por duas Casas: a Câmara dos Comuns e a Câmara dos Lordes. Enquanto a Câmara dos Comuns é eleita pela população, a dos Lordes possui uma estrutura aristocrática, com seus membros ocupando assentos vitalícios em sua maioria. No entanto, reformas recentes reduziram o número de lordes hereditários na Casa.
Apesar da crítica à estrutura aristocrática da Câmara dos Lordes, sua influência é limitada em comparação com a dos Comuns. Os lordes não participam da escolha do primeiro-ministro e têm poder de adiar, mas não de vetar, as leis aprovadas pela outra Casa.
A política nacional do Reino Unido é discutida e estabelecida na Câmara dos Comuns, onde o partido com maioria de assentos define quem será o primeiro-ministro. O sistema eleitoral segue o modelo distrital puro, com 650 distritos eleitorais elegendo um representante cada.
No cenário político britânico, o Partido Conservador e o Partido Trabalhista dominam desde o pós-guerra. Líderes como Winston Churchill e Margaret Thatcher marcaram o campo conservador, enquanto Clement Attlee e Harold Wilson se destacaram no campo trabalhista.
O processo de escolha do primeiro-ministro é uma prerrogativa do monarca, tradicionalmente concedida ao líder do partido com maioria na Câmara dos Comuns. Em casos de ausência de maioria, coalizões podem ser formadas ou novas eleições convocadas.
A falta de uma Constituição escrita e a presença de tradições não codificadas, como o consentimento real para as leis, geram debates sobre o papel do rei ou rainha no sistema político do Reino Unido.
