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Delegação do CNDH desembarca no Rio de Janeiro para investigar neonazismo no Brasil em semana de audiências e atividades

Uma delegação do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) chegou ao Rio de Janeiro nesta segunda-feira (24) com o objetivo de investigar e ouvir vítimas, autoridades e especialistas sobre a questão do neonazismo no Brasil. Essa visita, que deve durar até sexta-feira (28), faz parte de um esforço do CNDH para abordar e combater o crescimento de células neonazistas no país.

O Conselho Nacional de Direitos Humanos, criado pela Lei Federal 12.986/2014, tem a responsabilidade de promover e defender os direitos humanos no Brasil através de ações preventivas, protetivas e reparadoras. Com 22 conselheiros, metade deles designados por órgãos públicos e a outra metade representantes da sociedade civil, o CNDH atua de forma independente, apesar de ser vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

O tema do neonazismo tem sido uma preocupação crescente para o CNDH, que recentemente criou uma relatoria especial sob a coordenação do conselheiro Carlos Nicodemos. Em uma entrevista à imprensa, Nicodemos destacou a falta de políticas específicas para enfrentar o neonazismo no Brasil, ressaltando a necessidade de medidas no campo da educação, da cultura e da segurança.

Durante a visita ao Rio de Janeiro, estão programadas diversas atividades, incluindo audiências públicas com autoridades policiais e judiciais, além de um painel acadêmico em parceria com a Universidade Federal Fluminense. Especialistas como o historiador Francisco Carlos Teixeira e as pesquisadoras Márcia Carneiro e Priscilla Mendes serão ouvidos durante o painel.

O CNDH também apresentou um relatório preliminar sobre o crescimento de grupos neonazistas no Brasil ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, destacando um aumento alarmante de 270,6% nas células neonazistas no país entre 2019 e 2021. Esse fenômeno estaria relacionado à disseminação de discursos de ódio e extremismo, resultando em mais de 530 núcleos extremistas em todo o país, com posturas discriminatórias contra grupos como feministas, judeus, negros e LGBTQIAP+.

Além dos dados, o relatório menciona casos em que artefatos nazistas foram apreendidos no Brasil, bem como o aumento dos ataques em escolas com simbologia neonazista. O CNDH destaca a importância de combater essas manifestações de ódio e promover a conscientização sobre os valores dos direitos humanos no país.

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