
No início de 2023, a AfD havia anunciado que chegara a 40 mil filiados, um aumento de um terço em um ano.
As acusações de espionagem e corrupção envolvendo o candidato cabeça de chapa às eleições europeias, a categorização pelas autoridades alemãs de suspeita de extremismo de direita, e os protestos públicos contra planos de expulsão de imigrantes debatidos num evento em Potsdam não parecem ter afetado a popularidade da AfD em alguns setores da sociedade alemã.
Na recente eleição europeia, o partido obteve 15,9% dos votos e ficou atrás apenas da aliança entre os partidos conservadores CDU e CSU, com 30%.
Há meros dois anos, a situação da AfD era completamente outra: entre julho de 2020 e julho de 2022, o número de filiados havia caído significativamente – de 33.800 para 28.600.
Cientistas políticos explicam o atual crescimento dizendo que a AfD se beneficia da polarização social. A AfD e o Partido Verde formam “os polos sociopolíticos mais evidentes”, afirmou o cientista político Benjamin Höhne, da Universidade de Magdeburg, no início do ano, para explicar o aumento do número de membros de ambos os partidos.
Ao longo dos últimos anos, a AfD tem enfrentado uma série de desafios, como acusações de má conduta e controvérsias em relação aos seus membros. No entanto, esses obstáculos não parecem ter abalado a popularidade do partido em algumas áreas da sociedade alemã.
Com um aumento significativo no número de filiados e um desempenho sólido nas eleições europeias, a AfD se mantém como uma força política relevante no panorama alemão. Apesar das críticas e polêmicas, a legenda continua atraindo adeptos e conquistando votos.
A polarização social tem desempenhado um papel crucial no crescimento da AfD, como apontado por especialistas em ciência política. A divisão entre os polos representados pela AfD e pelo Partido Verde reflete as diferentes visões e demandas da sociedade atual, resultando em um aumento de membros para ambos os partidos.