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Projeto de naturalização transforma margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio, combatendo alagamentos e promovendo resiliência urbana.




Projeto de naturalização da Lagoa Rodrigo de Freitas transforma paisagem e promove sustentabilidade

Um projeto inovador de naturalização está mudando as margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio, combatendo os alagamentos que assolavam a região durante períodos de chuva intensa. Idealizado pela Prefeitura do Rio em parceria com a Fundação Rio-Águas e a coordenação técnica dos especialistas Mário Moscatelli, biólogo, e sua filha Carolina Moscatelli, paisagista, o projeto completou um ano com resultados impressionantes.

Redução da Lagoa

Desde 1870, quando começaram os aterramentos, a Lagoa Rodrigo de Freitas viu sua área original reduzida pela metade, passando de aproximadamente 4,2 para 2,3 quilômetros quadrados. Como resultado, toda a vegetação nas margens foi completamente removida, levando a uma redução significativa da fauna nativa na região. Outros aterramentos ocorreram entre os anos 1940, 1950 e 1960, transformando a paisagem e o ecossistema do local.

Cidade Esponja

A iniciativa agora não se limita apenas à desobstrução da ciclovia e à reintegração de áreas alagadas ao corpo hídrico. O projeto adota o conceito de “Cidades Esponja”, que utiliza soluções baseadas na natureza para melhorar a resiliência urbana contra alagamentos. A reintrodução de espécies nativas de flora tem promovido uma explosão de biodiversidade na região, trazendo de volta a vida selvagem que foi perdida ao longo dos anos.

O sucesso do projeto inicial incentivou a expansão: a Fundação Rio-Águas está em processo de licitação para revitalizar um segundo trecho próximo ao Parque dos Patins, devolvendo mais área à Lagoa e fortalecendo a estratégia de sustentabilidade adotada.

“O projeto de naturalização, que completa um ano, é um pequeno fragmento daquilo que foi tomado da Lagoa ao longo dos anos. Rapidamente já mostra em sua exuberância vegetal e animal o quanto os processos naturais, quando não contrariados, podem colaborar decisivamente para a qualidade ambiental das demais espécies e da vida humana. Sem a necessidade de megainvestimentos, mas unindo a colaboração do poder público e da iniciativa privada, é possível resolver de forma eficiente em termos ambientais. Esse é o caminho. Se o caminho não for seguido será necessário pagar um preço alto em termos financeiros e de vidas humanas”, explicou Moscatelli, coordenador técnico do projeto.


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