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Dom Pedro 1º: A Independência do Brasil e o Primeiro Golpe
No ano de 1822, Dom Pedro 1º proclamou a independência do Brasil às margens do rio Ipiranga. Esse momento histórico é celebrado no hino nacional, porém, muitos não lembram que, um ano após esse episódio, o jovem monarca deu um golpe.
O jornalista Ricardo Lessa, renomado autor do livro “O Primeiro Golpe do Brasil”, lança sua obra que promete trazer à tona esse lado menos conhecido da história brasileira. Em entrevista, Lessa revela que Dom Pedro era um absolutista e déspota, tomando medidas autoritárias logo após a independência do país.
Lessa, conhecido por sua atuação em grandes veículos de comunicação e como apresentador do programa Roda Viva, compartilha que a inspiração para o livro veio de sua investigação sobre as raízes históricas da política brasileira. Segundo ele, a política ainda carrega resquícios do século 19, um período marcado por decisões autoritárias e controversas.
O livro revela que em 1823, logo após declarar a independência, Dom Pedro 1º dissolveu a Assembleia Constituinte, deteve deputados, exilou opositores políticos, restringiu a liberdade de imprensa e instaurou um clima de vigilância e perseguição. Esses eventos, conhecidos como a “noite da agonia”, foram essenciais para desacelerar o progresso do Brasil na época, adiando inclusive debates sobre a abolição da escravatura.
O estudo de Lessa critica a imagem tradicional da monarquia brasileira, destacando que a influência da família real foi prejudicial para o país. Enquanto outros países mostravam avanços tecnológicos e sociais, o Brasil permanecia estagnado, em parte devido às decisões arbitrárias de Dom Pedro.
O autor buscou documentos em diversas instituições públicas e contou com a colaboração de outros historiadores para embasar sua pesquisa, trazendo à tona um lado menos conhecido da história do Brasil no século 19.
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Para contextualizar a política brasileira da época, Lessa relaciona eventos mundiais como a campanha de Napoleão na Europa e a reação conservadora das monarquias, incluindo a brasileira. O autor destaca a importância de repensar a história que nos foi contada, provocando uma reflexão sobre os rumos que o país tomou e suas consequências até os dias atuais.
O livro não apenas expõe o lado negativo da monarquia no Brasil, mas também sugere uma continuidade de práticas autoritárias e elitistas que perduraram ao longo dos séculos. Lessa enfatiza a importância de reconhecer esses padrões e buscar uma ruptura com o modelo autoritário que ainda assombra a política brasileira.