Mulheres negras lideram comunidades na Baixada Santista sem remuneração, revela estudo do Instituto Elos

Os desafios enfrentados por essas lideranças são inúmeros, sendo a falta de acesso a recursos financeiros e a desmobilização os fatores mais indicados. Outro obstáculo apontado é a dificuldade de acesso às políticas públicas, citado por 70% das entrevistadas. Apesar disso, somente 35% das lideranças participam de conselhos ou iniciativas de diálogo com o setor público.
A pesquisa foi lançada na semana em que se comemora o Dia da Educação Humana Não Sexista, data estabelecida para chamar atenção para a importância da equidade de gênero na educação. A diretora de projetos do Instituto Elos, Natasha Gabriel, destacou a relevância das mulheres negras à frente das organizações comunitárias, responsáveis por um trabalho de cuidado social e coletivo essencial para a sociedade.
Natasha ressaltou a necessidade de reconhecer o trabalho dessas lideranças, que muitas vezes se dedicam a atividades múltiplas, como o cuidado da família e a liderança comunitária, sem receber remuneração. A diretora questionou por que a sociedade não valoriza esse trabalho tão fundamental para a transformação socioambiental.
Diante desse panorama, é fundamental repensar a valorização e o reconhecimento do trabalho das lideranças comunitárias, especialmente das mulheres negras. É preciso garantir condições dignas para que essas lideranças possam continuar desempenhando seu papel de forma eficaz e sustentável, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.