
TRE do Amapá cassa mandato da deputada federal Silvia Waiãpi por uso indevido de recursos públicos
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Amapá decidiu, por unanimidade, cassar o mandato da deputada federal indígena Silvia Waiãpi (PL). A parlamentar foi acusada de utilizar recursos públicos do fundo eleitoral para pagar um procedimento de harmonização facial durante a campanha de 2022.
No julgamento realizado nesta quarta-feira (19), o TRE rejeitou a prestação de contas da deputada a partir de um recurso apresentado pelo Ministério Público Eleitoral do Amapá. De acordo com a acusação, apenas parte do valor contratado com uma empresa de marketing digital e produção de vídeos foi destinado aos serviços, enquanto uma quantia significativa foi utilizada para despesas pessoais, incluindo o procedimento estético.
A deputada ainda tem a possibilidade de recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A assessoria de Silvia Waiãpi afirmou que soube da decisão pela imprensa e que as contas já tinham sido aprovadas previamente pelo tribunal. A nota divulgada ressalta a falta de intimação da deputada e seus advogados, indicando que medidas cabíveis serão tomadas.
Segundo o Ministério Público Eleitoral, uma transferência bancária entre a ex-coordenadora da campanha da deputada e uma clínica de estética foi apresentada como prova do uso indevido de recursos. A denúncia partiu da ex-assessora de Waiãpi.
Silvia Waiãpi, que é apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem uma trajetória diversificada, sendo ex-secretária de saúde, moradora de rua, vendedora de livros, atriz, atleta, fisioterapeuta e primeira indígena militar. No seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados, ela é uma figura de oposição ao atual governo.
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