Baixada Fluminense perde 47% dos empregos formais em 10 anos, aponta estudo da Nutrab Pesquisa e Consultoria
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Um estudo recente da empresa Nutrab Pesquisa e Consultoria revelou dados alarmantes sobre a situação dos empregos formais na Baixada Fluminense. De acordo com a pesquisa, a região perdeu 6.483 empregos entre 2014 e abril de 2024, o que representa uma queda de 47% na massa trabalhadora com carteira assinada.
Em 2014, os treze municípios que compõem a Baixada Fluminense criaram 13.814 empregos formais. Na época, Duque de Caxias se destacava como o líder em geração de empregos celetistas, seguido por Nova Iguaçu, São João de Meriti, Belford Roxo e Itaguaí.
No período de janeiro a abril de 2024, foram gerados 7.331 novos postos de trabalho na região. Surpreendentemente, Seropédica, que ocupava a última posição no ranking em 2014, liderou a criação de empregos formais este ano, seguida por Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Itaguaí.
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A situação do mercado de trabalho na Baixada Fluminense reflete o cenário nacional. Em 2014, durante o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, o desemprego estava em baixa e o Rio de Janeiro se preparava para sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas. O mercado de trabalho estava aquecido, com alta demanda por profissionais qualificados.
No entanto, a partir de 2016, o país passou por mudanças políticas e econômicas que impactaram diretamente a geração de empregos. Com a reforma trabalhista aprovada durante o governo de Michel Temer e as políticas voltadas para o empreendedorismo do governo Bolsonaro, muitos trabalhadores se viram desempregados ou buscando novas formas de sustento, como motoristas de aplicativos e entregadores.
Com a volta do presidente Lula ao poder, a expectativa é de uma recuperação do mercado de trabalho, com empresas anunciando investimentos e a criação de novos empregos. No entanto, é necessário investir na qualificação profissional dos trabalhadores para suprir a demanda das empresas e reduzir a falta de mão de obra qualificada no mercado.
Na Baixada Fluminense, municípios como Duque de Caxias e São João de Meriti enfrentam desafios na criação de políticas públicas de geração de emprego. Os gestores locais precisam atuar de forma mais efetiva para garantir oportunidades de trabalho para a população.
Por Fernando Lobo
Jornalista – Ex-subsecretário de Trabalho de São Gonçalo e de Itaboraí, ex-coordenador do Observatório de Emprego da SETRAB – CEO do NUTRAB
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