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O Cinema Brasileiro em Foco
No dia do cinema brasileiro, comemorado nesta quarta-feira (19), dados da Associação Brasileira das Empresas Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex) e da Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Fenec) revelam que os filmes nacionais estão enfrentando um desafio nas bilheterias do país. Segundo as estatísticas, apenas 5% dos ingressos vendidos no segundo trimestre foram para produções brasileiras.
Nos primeiros três meses do ano, a situação era mais promissora, com os filmes nacionais alcançando uma participação de 25% nas bilheterias, graças ao sucesso de “Minha Irmã e Eu”, que se tornou a primeira produção brasileira a ultrapassar 1 milhão de espectadores nos cinemas, antes liderado por “Minha Mãe É Uma Peça 3”.
No entanto, em 2022, apenas 4,2% dos frequentadores de cinema optaram por assistir a um filme nacional, contrastando com a média de 15% dos últimos 15 anos. Essa queda significativa tem levantado preocupações no setor.
Um dos motivos apontados para esse cenário é a falta de implementação da lei da cota de tela, sancionada pelo presidente Lula em janeiro, que ainda não entrou em vigor. A norma prevê que a exibição de obras nacionais seja proporcional ao longo do ano, com a Ancine responsável por fiscalizar o cumprimento da determinação.
Sem a cota, muitos filmes brasileiros, mesmo os mais comerciais, têm sido relegados a horários menos privilegiados, como sessões matinais, antes das 16h, quando os cinemas costumam estar mais vazios.
Um exemplo disso foi o filme “Os Aventureiros: A Origem”, estrelado pelo youtuber Luccas Neto e distribuído pela Warner em janeiro, que teve suas sessões limitadas a horários menos concorridos.
As expectativas estão agora voltadas para o lançamento de “Divertida Mente 2”, que estreia nesta quinta-feira (20) e promete movimentar as salas de cinema. Nos Estados Unidos, a animação da Pixar arrecadou impressionantes R$ 155 milhões apenas no final de semana de estreia.