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Demissões no Inmet comprometem previsão do tempo
Recentemente, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) enfrentou demissões de 40 profissionais terceirizados, incluindo meteorologistas e especialistas em previsão do tempo. Essas demissões estão causando preocupações sobre o impacto na coleta de informações meteorológicas e no combate às catástrofes climáticas, como as chuvas recentes no Rio Grande do Sul.
Os desligamentos ocorreram devido à falta de recursos, levando à redução da equipe de profissionais. Atualmente, no estado do Rio Grande do Sul, apenas dois meteorologistas permanecem responsáveis pela previsão do tempo em toda a região.
Esses profissionais terceirizados tinham contratos estabelecidos por meio de parcerias com a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e o Ministério da Agricultura e Pecuária. A Fundecc, entidade responsável pela contratação, mencionou um atraso no repasse de recursos como motivo para os desligamentos.
Segundo a Fundecc, parte do orçamento foi liberada, permitindo a permanência de alguns profissionais, mas a manutenção dos demais depende do repasse futuro para honrar os salários até o final do contrato, em 30 de agosto.
As repercussões dessas demissões chegam em um momento crucial, com a intensificação das mudanças climáticas. Enquanto o Inmet enfrenta essa redução de equipe, nos Estados Unidos, por exemplo, o Serviço Meteorológico Nacional conta com cerca de 2.000 meteorologistas, destacando a discrepância nos recursos humanos destinados a essa área.
A falta de novas contratações no Inmet desde 2006 e o cancelamento do último concurso, que deveria ofertar 242 vagas, agravam ainda mais a situação. Com apenas 27 meteorologistas ativos atualmente, dos quais a maioria está próximo da aposentadoria, a capacidade do órgão de fornecer informações precisas sobre o clima é colocada em xeque.
A pressão da categoria dos servidores resultou no adiamento do Concurso Nacional Unificado (CNU), que oferece 80 vagas para o Inmet. O sindicato solicitou uma audiência com o Ministério da Agricultura para discutir a situação, mas até o momento não obteve resposta. O colapso iminente do órgão preocupa, especialmente diante da falta de estrutura e do reduzido quadro de profissionais disponíveis.
Para os meteorologistas remanescentes, a preocupação é não apenas com o impacto no trabalho diário, mas também na capacidade de acolher e treinar novos profissionais, caso as contratações previstas sejam concretizadas. A reivindicação por melhores condições de trabalho e uma reorganização da carreira de meteorologista são algumas das demandas apresentadas pela categoria.
Adiamento do Concurso
O adiamento do concurso devido às chuvas no Rio Grande do Sul afeta diretamente o planejamento do governo, especialmente no cumprimento das metas estabelecidas. A falta de servidores e o consequente atraso na entrada de novos profissionais podem comprometer a eficácia das políticas públicas no setor, segundo especialistas da área.
A prova do concurso está agendada para 18 de agosto, porém os novos servidores não devem ingressar antes do final do ano, o que gera preocupações sobre a capacidade desses profissionais em contribuir de forma efetiva para as demandas do órgão.