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Autonomia do Banco Central: Mitos e Realidades no Governo Bolsonaro sob pressão do cenário político-econômico nacional e internacional

“O governo Bolsonaro elevou a Selic no curso do ano eleitoral…” Essa segunda parte é verdadeira. Os mesmos que agora criticam os altos juros pediram a elevação pós-pandemia, após exageros nos juros negativos. A intenção era evitar o caos, mas acabou prejudicando muitas pessoas.

Acredito na autonomia do Banco Central quando os integrantes são profissionais de carreira, especializados em política monetária. No entanto, é improvável que isso aconteça, e questiono se realmente seria desejável, já que burocratas podem agir de maneira prejudicial seguindo apenas manuais.

O atual presidente do BC, ligado ao governo Bolsonaro, concentra um enorme poder. Sua posição diante das eleições de 2022 e sua relação com Tarcísio de Freitas mostram que há influência política em suas decisões, mesmo que alegue neutralidade.

Os críticos do governo afirmam que Lula usa Campos Neto como bode expiatório, mas não apresentam alternativas para as escolhas erradas. A questão é: Campos Neto é autônomo em relação a quem?

Campo Neto pode ser pressionado a manter a taxa de juros unânime, mesmo que haja suspeitas de parcialidade por parte dos membros indicados por Lula. Sua autonomia é questionada a cada decisão.

Eu não acredito na existência da autonomia total dos bancos centrais. Eles também agem de acordo com a conjuntura, como o FED agiu em parceria com o governo dos EUA durante a crise imobiliária. O Banco Central Europeu privilegia o nível de atividade em detrimento da inflação, mostrando que as decisões são políticas e podem favorecer ou prejudicar um governo.

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