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Relatório da ONU aponta que 2024 será ainda mais quente do que 2023 devido à ocorrência do El Niño e ao aquecimento global.



Ano de 2024 será ainda mais quente de acordo com a Organização Meteorológica Mundial

Segundo um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), o ano de 2024 deve ser ainda mais quente do que o de 2023, devido às mudanças climáticas em curso e à ocorrência do fenômeno El Niño. Esse fenômeno de aquecimento das águas do Pacífico se estenderá até meados do ano e contribuirá para a elevação das temperaturas em todo o mundo. Novos recordes de temperatura foram batidos em muitos lugares, incluindo o Brasil, em 2023, durante as ondas de calor registradas. Consequentemente, a OMM alerta que esses eventos representaram o início do colapso climático.

O diretor-geral da OMM, Petteri Taalas, assinou o relatório que aponta o aquecimento global como o principal fator por trás do aumento das temperaturas. No entanto, ele ressalta que o El Niño também terá um impacto significativo na temperatura global, especialmente no ano seguinte ao de sua formação, ou seja, em 2024.

Além das altas temperaturas, o El Niño também pode provocar alterações no regime de chuvas, causando eventos de secas e estiagens intensas, principalmente no Nordeste e Norte do Brasil, e chuvas acima do normal no Sul do país. A previsão é de que incêndios florestais no Cerrado e na Amazônia ocorram com mais frequência, devido às condições climáticas desfavoráveis.

Municípios afetados

Em 2023, mais da metade dos 5.568 municípios brasileiros foi afetada por eventos climáticos extremos, como tempestades, enchentes e secas. Mais de 2.700 municípios foram reconhecidos em situação de emergência ou estado de calamidade pública, afetando mais de 14 milhões de pessoas e resultando em gastos de R$ 1,4 bilhão na contenção de danos.

O aumento da temperatura do planeta deve ultrapassar a simbólica marca de 1,5ºC acima da média registrada antes da Revolução Industrial a partir de 2024. Isso representa uma aceleração dos impactos humanos no sistema climático global e lança a humanidade em um “território desconhecido”, segundo a agência da ONU.

Temperatura média

Os dados da OMM indicam que 2023 foi o ano mais quente já registrado, com um aumento médio de 1,4ºC. Este número supera os recordes registrados em 2016 e 2020, confirmando a tendência de aumento das temperaturas. Os cientistas alertam que um aumento superior a 1,5ºC deflagraria uma cascata de impactos catastróficos para o planeta, potencialmente irreversíveis.

A climatologista Karina Lima, pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, afirma que, independentemente do El Niño, o aquecimento global é o fator principal por trás do aumento das temperaturas. Ela ressalta que em um mundo mais quente, a tendência geral é de aumento da frequência e intensidade de eventos extremos, necessitando de medidas de preparação adequadas.


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