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Nomeações na Conab divididas entre Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Agrário geram polêmica e suspeitas de favorecimento.

A empresa pública é responsável por toda política de armazenagem do governo, além de garantir informações técnicas para embasar tomadas de decisão quanto à elaboração de políticas voltadas à agricultura. Apesar de a Conab estar vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, as nomeações na companhia foram divididas com a pasta da Agricultura em um acordo político. Nessa divisão, Geller, até então muito próximo ao ministro Carlos Fávaro (Agricultura), ficou com duas das vagas.

Uma delas foi para Juliana Vieira Geller, nomeada em abril como assessora da presidência da Conab em regime de contrato especial, conforme registrado no site da companhia. A advogada tem salário de R$ 15.220,38 (valor bruto). Ela foi nomeada três meses depois de o marido assumir a secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura.

Procurada, a Conab disse que Juliana foi contratada mediante análise de currículo. “A Conab recebeu vários currículos, incluindo o da assessora. Foi escolhida a partir do perfil para a função que executa na assessoria da presidência”, informou. A coluna solicitou o anúncio da vaga de emprego, mas não recebeu resposta. O ministério não respondeu à reportagem.

Na Conab, o nome de Juliana Geller aparece em atas de reuniões da diretoria-executiva onde são discutidos temas como leilões e, frequentemente, em reuniões da presidência, inclusive nos dias em que a empresa estava discutindo o leilão do arroz.

A Conab nega que Juliana tenha participado de alguma reunião que tratou do leilão do arroz.

“Foto de milhões”

O leilão de arroz importado foi anulado pelo governo Lula (PT) após a imprensa revelar que entre os vencedores do certame estavam uma companhia de locação de veículos, uma comerciante de queijos e uma processadora de polpas de frutas.


O papel da empresa pública Conab no cenário político e agrícola nacional tem sido alvo de polêmica recentemente, com nomeações questionáveis e possíveis conflitos de interesse. A Conab é responsável por políticas de armazenagem do governo, bem como por fornecer informações técnicas que embasam decisões relacionadas às políticas agrícolas do país.

Mesmo sendo vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, as nomeações na Conab foram divididas entre o Ministério da Agricultura em um acordo político. Um exemplo disso é a nomeação de Juliana Vieira Geller, como assessora da presidência da Conab, mediante contrato especial, com salário de R$ 15.220,38. Curiosamente, a nomeação ocorreu três meses após seu marido assumir a secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura.

Questionada sobre a contratação de Juliana, a Conab afirmou que a escolha foi baseada em seu currículo e perfil para a função. No entanto, a empresa não forneceu detalhes sobre a divulgação da vaga. O Ministério da Agricultura não se pronunciou sobre o assunto, deixando dúvidas sobre possíveis influências políticas nas decisões da Conab.

A presença de Juliana Geller em reuniões da diretoria-executiva e da presidência da Conab levanta questionamentos sobre seu envolvimento em processos importantes, como leilões. A empresa, por sua vez, nega a participação de Juliana em reuniões relacionadas ao leilão do arroz, que foi alvo de críticas e polêmicas após a revelação de vencedores inesperados.

O leilão de arroz importado, que foi anulado pelo governo Lula, teve seus vencedores questionados pela imprensa, revelando a presença de empresas não especializadas no ramo. Esses eventos recentes colocam em xeque a transparência e a lisura dos processos na Conab, levantando debates sobre a indicação de cargos e possíveis influências políticas em decisões importantes para o setor agrícola do país.

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