Reino Unido reduz em 95% a aprovação de licenças de exportação de armas para Israel durante guerra com o Hamas
No decorrer da guerra entre Israel e o Hamas, a aprovação de licenças de exportação de armas para Israel sofreu uma forte queda no Reino Unido. De acordo com autoridades do governo britânico, o valor total das permissões concedidas para a venda de equipamento militar a Tel Aviv teve uma redução de cerca de 95% em comparação a períodos semelhantes em anos anteriores, durante a guerra contra o Hamas e em 2017.
Entre 7 de outubro e 31 de dezembro do ano passado, o Reino Unido aprovou licenças no valor de £ 859 mil (R$ 5,9 milhões), o que representa o menor valor para o período desde 2010. Em contrapartida, em 2020, no mesmo intervalo de tempo, o governo britânico aprovou £ 20 milhões (R$ 137 milhões) em vendas de armas para Israel.
Os dados fornecidos pelas autoridades do governo britânico à agência Reuters e pela unidade de Controle de Exportação do Departamento de Negócios e Comércio do país mostram que em 2017, também durante o mesmo período, foram aprovadas £ 185 milhões (R$ 1,27 bilhão) em vendas de armas para Israel, incluindo componentes para tanques e mísseis terra-ar, o número mais alto para o período desde 2008.
Após o início da guerra, os Estados Unidos e a Alemanha aumentaram as vendas de armas para Israel, enquanto outras nações, como Itália, Canadá e Holanda, impuseram restrições devido a preocupações sobre o uso dessas armas.
A questão das vendas de armas para Israel tem gerado controvérsias no Reino Unido, com políticos e grupos pró-Palestina defendendo o fim do comércio devido ao alto número de mortes de civis palestinos e à destruição em Gaza. No entanto, o governo britânico garante que Israel tem direito à autodefesa e que as vendas continuam amparadas por assessores jurídicos.
Embora as licenças continuem sendo concedidas para exportar alguns itens militares, como componentes para aeronaves e munições de armas pequenas para treinamento, as revisões podem levar mais tempo devido às rígidas regras do governo. O Reino Unido não fornece diretamente armas para Israel, mas emite licenças para empresas, com a orientação de advogados sobre conformidade com o direito internacional.
Espera-se que o Reino Unido forneça informações sobre o comércio de armas para Israel nos próximos meses, seguindo um histórico de bloqueios de venda de armas no passado, como em 2009 e em 1982.
