
O projeto de reforma judicial enviado ao Congresso pelo presidente Amdrés Manuel López Obrador tem gerado intensos debates e controvérsias no México. Apoiada pela presidente eleita Sheinbaum, que obteve uma vitória expressiva nas eleições, a proposta caminha para obter supermaiorias no Congresso bicameral, o que poderia permitir mudanças na Constituição sem a necessidade de negociações com outras forças políticas.
“Nós ganhamos a eleição presidencial com 59% dos votos, e mais de 59% dos entrevistados consideram que é necessária uma reforma. Além disso, mais de 59% concordam com a implementação de uma eleição direta de magistrados e juízes”, destacou a presidente eleita.
Segundo pesquisas, entre 49% e 54% dos entrevistados não estavam bem informados sobre a iniciativa, que vem sendo rejeitada por integrantes do Poder Judiciário e pela oposição, que alerta para o risco de a reforma abrir caminho para um regime autoritário.
Já López Obrador argumenta que o Poder Judiciário está a serviço de interesses privados e da corrupção, justificando assim a necessidade de mudanças.
A vitória do governo nas eleições tem gerado instabilidade nos mercados, resultando na desvalorização do peso mexicano em relação ao dólar. No entanto, Sheinbaum assegurou que os investimentos no país estão protegidos.
Economistas, como Víctor Ceja, da empresa financeira Valmex, alertam para os riscos da eliminação de órgãos autônomos e restrições à participação privada em setores estratégicos, como energia, decorrentes de outras reformas propostas por López Obrador, que encerrará seu mandato em 1º de outubro.