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Instituições financeiras preveem manutenção da taxa Selic em 10,5% ao ano para esta semana, segundo Boletim Focus do BC

Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central projetam a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 10,5% ao ano, durante a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que acontecerá nos dias 18 e 19 desta semana. Essa previsão consta no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (17), uma pesquisa semanal realizada pelo BC com as expectativas para os principais indicadores econômicos.

Na última reunião do Copom, realizada no início de maio, houve a sétima redução consecutiva da taxa básica de juros, ficando em 10,5% ao ano. No entanto, o ritmo de corte diminuiu, já que anteriormente a redução era de 0,5 ponto percentual a cada encontro, e na última ocasião foi de 0,25 ponto percentual.

O cenário macroeconômico mais desafiador que a previsão anterior trouxe preocupações aos membros do Copom, especialmente em relação às expectativas de inflação acima da meta estabelecida. Por conta disso, não são previstos novos cortes na taxa Selic no momento. A ata da última reunião ressalta que os ajustes futuros na taxa serão determinados pelo compromisso de convergência da inflação à meta estipulada.

O Copom havia mantido a Selic em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas, durante um ano, antes de iniciar o ciclo de redução. A expectativa do mercado financeiro é que a Selic termine o ano de 2024 em 10,5% ao ano, com projeção de queda para 9,5% ao ano em 2025, e para 9% ao ano em 2026 e 2027.

A taxa básica de juros, ou Selic, tem um papel fundamental na condução da política monetária do Banco Central, influenciando diretamente na meta de inflação. Quando a Selic é elevada, há o intuito de conter a demanda aquecida, o que impacta nos preços, já que os juros altos tornam o crédito mais caro e incentivam a poupança. Por outro lado, a redução da Selic pode estimular a produção e o consumo, diminuindo o controle sobre a inflação e impulsionando a atividade econômica.

A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), teve uma projeção elevada para este ano, passando de 3,9% para 3,96%. Para os anos seguintes, as estimativas também sofreram ajustes, refletindo a preocupação com a evolução dos preços no país. A meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional para 2024 é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Além disso, as instituições financeiras também ajustaram para baixo a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para este ano, prevendo uma expansão de 2,08%. Em relação ao câmbio, a previsão do dólar é de fechar o ano em R$ 5,13. A economia brasileira apresentou um crescimento de 2,9% em 2023, superando as expectativas do mercado.

Dessa forma, a economia brasileira enfrenta desafios e incertezas, que refletem a cautela e as projeções conservadoras das instituições financeiras e analistas em relação à política monetária, inflação, crescimento econômico e câmbio. A decisão do Copom sobre a taxa Selic nos próximos dias será um importante indicativo das perspectivas para a economia brasileira nos próximos anos.

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