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A advogada brasileira que não é bem-vinda no Brasil: relato de discriminação e islamofobia em território nacional






Matéria sobre islamofobia no Brasil

Advogada ouviu que “não é bem-vinda no Brasil”, mesmo sendo brasileira. Amar Alrai, de 32 anos, nasceu no Brasil em família muçulmana. Durante sua vida, afirma que já ouviu xingamentos relacionados à sua religião e questionamentos exagerados quanto ao seu hijab. “Apontam o dedo na sua cara e tentam diminuir sua religião. Me chamaram de mulher-bomba, de terrorista. Falam para eu ir para meu país, mas esse é o meu país!”, explica.

A advogada Amar Alrai, de 32 anos
A advogada Amar Alrai, de 32 anos – Imagem: Cedido ao UOL

Associação de juristas recebeu 800% mais denúncias. Um levantamento de abril realizado pela Anaji mostrou que a associação recebeu 8 vezes mais denúncias em relação ao mesmo período no ano anterior. “Tratam o Islam como o mau, enquanto as escrituras pregam o bem, a paz. Dizem que a religião é satanista, que ataca cristãos. As pessoas são manipuladas”, analisa Sammour.

Mulheres são maioria das vítimas. O relatório do Gracias indica que as mulheres relataram aumento de 70% em ataques islamofóbicos contra elas após o início da guerra. Sammour diz que a Anaji 70% das denúncias recebidas pela organização são feitas por mulheres. Os ataques se tornam mais comuns contra elas em lugares públicos, onde aparecem usando os diferentes tipos de lenço, como o hijab, a burca e a Shayla.

Poder público falha com muçulmanos, avalia jurista. A Anaji atende muçulmanos alvos de preconceito invisibilizados pelas polícias. Segundo o presidente da associação, o poder público não costuma identificar os ataques sofridos pelos muçulmanos como islamofobia, e assim não permite que os culpados sejam devidamente punidos.

Sete de Outubro foi “gatilho”, descreve pesquisadora. Francirosy Barbosa, coordenadora do Gracias, vê que o ataque do Hamas a civis israelenses serviu para aumentar a islamofobia no país, assim como os ataques de 11 de Setembro de 2001, nos Estados Unidos, mesmo que a quantidade de muçulmanos envolvidos em atos violentos seja mínima.


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