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Rejeição às notícias aumenta e quase metade dos brasileiros evita o noticiário, revela relatório do Instituto Reuters.




Brasileiros evitam notícias: um reflexo do cenário da mídia digital

Brasileiros evitam notícias: um reflexo do cenário da mídia digital

No mundo da informação digital, um dado alarmante chama a atenção: quase metade dos brasileiros evita ler ou assistir ao noticiário às vezes ou sempre, conforme indicado pelo Relatório de Mídia Digital do Instituto Reuters, divulgado recentemente. Em 2024, a proporção de brasileiros que evitam notícias atingiu 47%, um aumento significativo em relação ao ano anterior, quando era de 41%.

Os números fazem parte de uma pesquisa que ouviu quase 100.000 pessoas em diversos países, revelando que globalmente cerca de 4 em cada 10 indivíduos evitam o noticiário, um aumento de 3 pontos percentuais em comparação com o ano anterior. O estudo não apresenta margem de erro, uma vez que não se baseia em uma amostra probabilística da população.

Entre os motivos apontados pelos entrevistados para evitar as notícias estão a repetitividade e o tédio apresentados pela mídia, juntamente com a predominância de conteúdos negativos que geram ansiedade e sensação de impotência. Países como Brasil, Espanha, Alemanha e França apresentaram um aumento superior à média na rejeição às notícias.

Além disso, não apenas as pessoas têm evitado mais o noticiário, mas também se sentem oprimidas pela quantidade de informações em circulação. No Brasil, por exemplo, houve um aumento de 16 pontos percentuais na sensação de esgotamento causado pelo volume de notícias. A complexidade do cenário midiático atual reflete-se em mudanças nos algoritmos e prioridades das plataformas de internet, causando incertezas para os veículos de comunicação.

Plataformas como Meta (Facebook, Instagram e Threads) e X têm diminuído o destaque dado às notícias e conteúdos políticos, impactando a forma como as pessoas consomem informações. Isso tem levado a uma queda no uso do Facebook como fonte de notícias, impulsionando o TikTok como alternativa. A dependência dos veículos de mídia em buscadores e redes sociais para distribuir conteúdo é evidente, especialmente diante do crescente poder dos vídeos como fonte de notícias, principalmente entre o público mais jovem.

No entanto, a disposição das pessoas em pagar por notícias online continua baixa, o que pode acarretar desafios adicionais para o jornalismo no mercado digital. As plataformas de vídeos e a influência de celebridades têm ganhado destaque como fontes de informação, apresentando novos desafios em relação à qualidade e credibilidade das informações veiculadas.


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