Orquestra Sinfônica de Brasília celebra 45 anos de história e memórias emocionantes reveladas em entrevista especial.

A OSTNCS teve seu concerto inaugural no dia 6 de março de 1979, sob a regência do maestro Claudio Santoro, um dos mais importantes compositores eruditos do Brasil, com reconhecimento internacional. Santoro, que durante a ditadura no Brasil precisou se exilar na Alemanha, retornou ao país em 1978 para fundar o Departamento de Música da Universidade de Brasília e a Orquestra do Teatro Nacional.
Gisele Santoro, viúva do maestro, relembra que foi o idealismo de Santoro que os fez voltar para o Brasil. Ele abriu mão de uma carreira consolidada na Europa para contribuir com uma universidade e uma orquestra de alto nível em Brasília. O maestro Santoro foi responsável por trazer nomes importantes da música para se apresentarem com a orquestra na capital, como Jacques Klein, Nelson Freire e Jean-Pierre Rampal.
Com a morte de Claudio Santoro em 1989, o Teatro Nacional foi renomeado em sua homenagem. Silvio Barbato assumiu a regência da orquestra e ficou à frente do grupo em duas passagens, até seu desaparecimento em 2009. A falta de memória e homenagem aos maestros é uma preocupação, mas iniciativas como a revitalização do arquivo musical da OSTNCS, realizada pelo maestro Cláudio Cohen, visam preservar a história e o legado da orquestra.
No entanto, um ponto de dor e questionamento entre os entrevistados é o fechamento do Teatro Nacional Claudio Santoro há mais de dez anos. O local foi interditado por questões de segurança em 2013 e aguarda por reformas. O maestro Cohen destaca a importância de não só revitalizar o Teatro Nacional, mas também construir novos espaços culturais na capital, garantindo acesso à cultura e música para a população. A espera é para que em breve, a OSTNCS possa retornar ao seu lar no Teatro Nacional e continuar sua importante trajetória musical.