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Brasil não controla saída de pessoas na fronteira com Argentina
Funcionários que trabalham na região da fronteira entre Brasil e Argentina afirmaram que o Brasil não tem controle sobre quem deixa o país, seja de carro, ônibus ou a pé.
Quando questionados sobre o risco de pessoas foragidas atravessarem a fronteira, um servidor ironizou dizendo que, se alguém for barrado, isso acontecerá do lado argentino, e não do brasileiro.
De acordo com um dos funcionários, foragidos sem pedido de captura internacional passam sem problemas pela fronteira de Foz do Iguaçu. Ele ainda sugeriu que “presos políticos” não terão impedimentos ali, destacando que a Ponte da Amizade, em Ciudad del Este, Paraguai, tem maior policiamento.
A região da fronteira entre Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú é afastada do centro urbano, situada em um terreno aberto e cercada por área verde. Os prédios da Receita Federal, Imigração e Polícia Federal estão localizados no local.
Uma motorista de aplicativo que faz viagens diárias de Foz até a fronteira com a Argentina relatou que é comum os taxistas deixarem os passageiros no país vizinho e retornarem ao Brasil sem precisar passar pela imigração argentina.
Rotas usadas por fugitivos
Rota 1: De ônibus de São Paulo para Montevidéu, Uruguai, passando pela fronteira do Rio Grande do Sul, em Chuí. Em seguida, seguem para a Argentina de ônibus. Esta rota foi relatada por fugitivos.
Rota 2: Chegam ao RS e seguem até Santana do Livramento, que faz fronteira com Rivera, no Uruguai. Em seguida, entram no país e podem ir para a Argentina. Esta rota foi identificada pela inteligência da PF.
Rota 3: Chegam ao sudoeste do Paraná ou noroeste de Santa Catarina e utilizam as cidades de Barracão (PR) ou Dionísio Cerqueira (SC), que fazem fronteira seca com a Argentina. Esta rota foi usada em fugas, conforme investigadores.
Rota 4: Chegam a Foz do Iguaçu e tentam entrar em Ciudad del Este, no Paraguai. Esta rota foi relatada por oficiais de inteligência da Abin e militantes.