Nos últimos anos, a produtividade do trabalho no Brasil tem enfrentado desafios significativos. Esse fator é crucial para impulsionar o crescimento econômico do país, especialmente diante da queda na população economicamente ativa, o que impacta negativamente a produtividade.

No setor de serviços, que corresponde a um terço do PIB brasileiro, houve uma queda na taxa de produtividade desde 2010. A exceção fica por conta do agronegócio, que teve um crescimento anual de 5,8%. Já na indústria, o aumento foi de apenas 0,1% ao ano.

A produtividade pode ser dividida em três componentes: capital em uso, Índice de Capital Humano e Produtividade Total dos Fatores. Enquanto o capital humano teve um avanço significativo, a eficiência na utilização dos recursos tem apresentado queda nas últimas décadas.

Segundo Fernando Veloso, coordenador do Observatório da Produtividade, investir na eficiência do setor de serviços seria mais benéfico do que focar apenas na reindustrialização do país, dada a atual queda de desempenho nesse setor.

De acordo com dados do Conference Board, a produtividade dos trabalhadores brasileiros em comparação com os dos Estados Unidos diminuiu significativamente. Enquanto, nos anos 1980, um trabalhador brasileiro produzia 46% do que um americano produzia, hoje essa proporção está em torno de 25,6%.

Fabio Giambiagi, economista do BNDES, destaca a resistência cultural brasileira em relação à competição como um dos fatores que contribuem para o baixo desempenho do país nesse aspecto. A informalidade no mercado de trabalho e as barreiras à competição internacional também são citadas como obstáculos para a produtividade.

Na visão de José Ronaldo de Castro Souza Jr., é essencial focar no ambiente regulatório e nos investimentos em infraestrutura para impulsionar a produtividade no curto prazo. Já no médio e longo prazos, o aprimoramento da qualidade da educação é apontado como fundamental para melhorar a produtividade no país.