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Fundador da Bola de Neve se afasta após denúncias de violência: apóstolo Rina deixa comando da igreja em meio a polêmicas.




Artigo Jornalístico

O apóstolo Rina, fundador e líder da igreja evangélica Bola de Neve, decidiu se afastar de seu comando em uma decisão conjunta com o conselho consultivo da entidade. O motivo do afastamento foram as denúncias feitas por sua esposa, Denise Seixas, que incluem lesão corporal, violência psicológica, ameaça, injúria e difamação.

Após as acusações, Denise também foi afastada de suas funções na igreja. O advogado Renê Koerner, que representa a Bola de Neve, confirmou a informação à Folha. O afastamento do casal foi divulgado nos perfis oficiais da igreja nas redes sociais no último sábado. Fundada pelo apóstolo nos anos 1990, a Bola de Neve está presente em 34 países, com 560 templos.

O advogado Koerner explicou que a decisão de afastamento foi tomada provisoriamente até que a situação seja esclarecida. Há versões conflitantes entre o apóstolo e a pastora sobre o ocorrido, e a igreja aguarda o desenrolar das investigações para se manifestar.

Com a ausência de seu fundador, o conselho passará a tomar as decisões, tornando-se deliberativo. A igreja não divulgou quem são os membros do colegiado nem como foram selecionados.

A advogada Gabriela Manssur, representante de Denise, apontou que a transição para o comando do conselho foi uma estratégia para o apóstolo manter o controle sobre a igreja. Ela ressaltou que sua cliente deveria assumir o controle em caso de afastamento de Rina.

Nesta semana, a Justiça emitiu uma medida protetiva em favor de Denise, que impede que o pastor Rinaldo Pereira se aproxime a menos de 300 metros da esposa, de seus familiares e de eventuais testemunhas do caso, além de proibir qualquer contato, mesmo por terceiros.

Manssur pretende recorrer da decisão, pois teve pedidos de busca e apreensão da arma do apóstolo negados. Ela ressaltou que apresentou evidências das denúncias e defende que o protocolo de proteção em casos de violência de gênero deve ser seguido.

Rina, por meio de sua assessoria, negou as acusações de práticas violentas e confia na investigação das autoridades. A delegacia responsável pelo caso informou que medidas protetivas foram concedidas a Denise, e o inquérito aborda diferentes acusações contra o religioso.

A Bola de Neve anunciou medidas internas para lidar com a situação, incluindo a instalação de uma ouvidoria, criação de um conselho de ética, apuração de denúncias e reformulação do regimento interno.

Além das acusações de violência, a igreja enfrenta denúncias de irregularidades econômicas envolvendo líderes do grupo, incluindo o ex-vocalista dos Raimundos Rodolfo Abrantes. Para reestruturar-se, a Bola de Neve planeja contratar uma empresa de compliance e oferecer suporte aos pastores que optarem por permanecer na denominação.


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