Aumento de doenças após enchentes no Rio Grande do Sul preocupa pesquisadores do Instituto Fiocruz, alerta nota técnica.
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Segundo os especialistas, as regiões mais afetadas pelas enchentes, como os vales, a região metropolitana de Porto Alegre e o litoral norte, estão vulneráveis a uma maior incidência de doenças transmitidas por água contaminada, como hepatite A e diarreia infecciosa, além de doenças respiratórias como a covid-19, gripes, resfriados e tuberculose. O aumento do risco de acidentes com aranhas e serpentes dentro das residências também é uma preocupação.
Além disso, a interrupção do acesso a medicamentos e cuidados médicos contínuos para doenças crônicas como diabetes, hipertensão e transtornos mentais pode levar a complicações de saúde. A saúde mental dos desabrigados, profissionais e voluntários envolvidos nas operações de emergência também é uma preocupação, com o potencial aumento de casos de transtorno de estresse pós-traumático, depressão e ansiedade.
Outro ponto crítico ressaltado pelos pesquisadores é a presença de 1.518 estabelecimentos potencialmente poluidores que foram atingidos pelas enchentes, podendo expor a população a substâncias tóxicas nos meses seguintes ao desastre. A falta de água potável, instalações sanitárias adequadas nos abrigos, controle de vetores e acesso a cuidados médicos contínuos são fatores que contribuem para o aumento dos riscos à saúde pública.
Diante desse cenário desafiador, os especialistas recomendam que o sistema de saúde implemente medidas coletivas de cuidado, como campanhas de vacinação, fornecimento de água potável, controle de vetores, acesso contínuo a medicamentos e cuidados médicos para os pacientes crônicos, além de apoio à saúde mental da população afetada. A prevenção e o cuidado adequado são essenciais para minimizar os impactos à saúde da população do Rio Grande do Sul nesse momento crítico pós-enchentes.