Desafio de assumir a prefeitura em Hirschberg

Após quase 41 anos à frente da administração da pacata Hirschberg, cidade no estado da Turíngia, na Alemanha, Rüdiger Wohl (sem partido) decidiu se aposentar aos 66 anos. Com pouco mais de 2.000 habitantes e localizada a menos de 40 quilômetros da fronteira com a República Tcheca, a cidade se viu diante de um desafio inusitado: encontrar um novo prefeito.

Por que ninguém quer ser prefeito?

Hirschberg se mantém graças ao engajamento voluntário de seus moradores, que participam ativamente da administração da cidade. O prefeito honorário, cargo ocupado por Wohl, comanda uma equipe de quase 20 pessoas e recebe uma remuneração simbólica de 1.623 euros (R$ 9.282). No entanto, o trabalho e a responsabilidade exigidos são equiparáveis aos de um prefeito em tempo integral, o que afugenta possíveis candidatos.

Na falta de um candidato voluntário, elege-se alguém à revelia

Diante da ausência de candidatos para a substituição de Wohl, os eleitores de Hirschberg se viram diante de uma cédula em branco, permitindo que escolhessem qualquer pessoa para o cargo, de forma inusitada e sem candidatos oficiais. No último domingo (09), Ronald Schricker acabou sendo eleito com 82,8% dos votos, contra 17,2% de Benjamin Lill.

A posse de Schricker não é obrigatória, e ele terá uma semana para decidir se assumirá a prefeitura. Caso contrário, a nova Câmara de Vereadores (honorários) poderá eleger um prefeito honorário interino e convocar novas eleições em até três meses.

Uma possível solução para o impasse seria a incorporação de Hirschberg a uma cidade vizinha, porém, isso ainda não é consenso entre as municipalidades envolvidas. Enquanto isso, a cidade enfrenta o desafio de manter sua independência política e garantir uma gestão eficaz para seus habitantes.