Governo de São Paulo estuda privatização do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, referência em atendimento de doenças infectocontagiosas e vulneráveis socialmente.
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Recentemente, uma reunião entre a direção do hospital e representantes dos funcionários discutiu essa proposta. Ésper Kallas, diretor do Instituto Butantan, apresentou as possíveis mudanças na administração do hospital durante o encontro.
Embora a Secretaria de Saúde tenha declarado que o tema ainda não está sendo oficialmente debatido dentro da pasta, reconheceu que há discussões acontecendo fora dos canais oficiais. Os funcionários, por sua vez, se reuniram em assembleia para analisar a questão, levando em consideração relatos de uma reunião anterior.
Em comunicado aos trabalhadores, o hospital justificou a necessidade de mais flexibilidade na gestão, especialmente em relação aos recursos humanos e financeiros. O Instituto Emílio Ribas é reconhecido como referência em infectologia, sendo fundado em 1880 e desempenhando um papel fundamental no atendimento durante a epidemia de dengue e, mais recentemente, na pandemia de covid-19.
Além do tratamento dessas doenças, o hospital atende diversas especialidades, como tuberculose e HIV, que impactam principalmente populações vulneráveis socialmente. O Emílio Ribas também oferece serviços como a profilaxia pré-exposição e pós-exposição, voltadas para a prevenção do HIV em casos de risco elevado ou violência sexual.
Uma das possibilidades em discussão é a fusão do Instituto Emílio Ribas com o Hospital das Clínicas, um complexo hospitalar localizado próximo à unidade de infectologia. Essa fusão poderia resultar na gestão do hospital pela Fundação Faculdade de Medicina, uma instituição privada sem fins lucrativos.
No entanto, essa perspectiva tem gerado críticas, especialmente por parte do Sindicato dos Médicos de São Paulo. O presidente do sindicato, Augusto Ribeiro, ressaltou a importância de valorizar o serviço público e a excelência do trabalho realizado pelo Emílio Ribas.
A realização de um concurso público para reforçar o quadro de profissionais do hospital também foi destacada como fundamental. Apesar disso, o hospital informou que mais de 60 médicos aprovados no último concurso já foram convocados, visando garantir a assistência à população e assegurar a continuidade dos serviços oferecidos.