Especialistas apoiam projeto de lei para regulamentar mercado de crédito de carbono no Brasil em audiência pública histórica.

Audiência pública debate regulamentação do mercado de crédito de carbono no Brasil
No dia 13 de maio, foi realizada a primeira audiência pública da Subcomissão do Mercado de Ativos Ambientais, onde especialistas expressaram apoio ao projeto de lei que visa regulamentar o mercado de crédito de carbono no Brasil. O objetivo da proposta é contribuir para a proteção climática por meio da redução das emissões de gases de efeito estufa.
O debate abordou a regulação internacional e doméstica para identificar quais ativos ambientais podem efetivamente auxiliar na proteção do clima, além de discutir as barreiras envolvidas. O Projeto de Lei 182/2024, que trata do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), foi um dos principais focos do encontro, buscando regular atividades e fontes de emissão no território nacional.
O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) presidiu a audiência, que contou com a participação interativa pelo e-Cidadania.
“Esperamos que os convidados nos auxiliem no debate em torno do projeto de lei que visa regulamentar o mercado de crédito de carbono no Brasil, bem como outros mecanismos de proteção climática no país”, afirmou o senador durante o evento.
Regulamentação do mercado
A coordenadora-geral de Finanças Verdes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Beatriz Soares, destacou a importância dos ativos ambientais, como cotas e créditos, para a proteção climática, uma vez que contribuem para a redução das emissões de gases.
O PL 182/2024 baseia-se no sistema de “cap-and-trade”, que define a obrigação de redução de emissões para agentes econômicos, regulando fontes e instalações que emitem acima de um patamar estabelecido. A lei cria a figura dos operadores responsáveis por adotar medidas de mitigação.
Segundo Beatriz, o sistema proposto distribuirá cotas aos operadores, possibilitando a venda para outros regulados, gerando um mercado de crédito de carbono no Brasil.
Proteção ambiental e desafios
A advogada Caroline Prolo, co-fundadora e presidente do Conselho da Laclima, ressaltou o papel do mercado de carbono na descarbonização e na preservação da biodiversidade brasileira. Ela enfatizou a importância de valorizar os ativos ambientais para proteger o meio ambiente diante das mudanças climáticas.
Caroline destacou a transição dos ativos do mercado voluntário para o regulamentado, trazendo mais segurança jurídica e valor para os ativos ambientais brasileiros.
Experiências locais
O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Tocantins, Marcello Lelis, e o diretor-presidente da Tocantins Parcerias, Aleandro Lacerda, compartilharam as iniciativas do estado em relação às mudanças climáticas. O Tocantins destaca-se pela preservação ambiental e pela comercialização de créditos de carbono.
Eduardo Gomes, senador por Tocantins, elogiou a atuação do estado na gestão sustentável dos recursos naturais e no combate ao desmatamento ilegal, demonstrando o potencial da região para a comercialização de créditos de carbono.
Em resumo, a audiência pública foi um importante passo para o debate sobre a regulamentação do mercado de crédito de carbono no Brasil, destacando a necessidade de ações concretas para a proteção do clima e da biodiversidade.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)