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Lula critica governo em reunião por erros na compensação de desoneração da folha de pagamento, resultando em derrota no Congresso.




Presidente reclama de erros do governo em medida para desoneração da folha de pagamento

Presidente Lula critica falta de negociação do governo em medida para desoneração da folha de pagamento

No último encontro semanal com ministros e líderes do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou sua insatisfação com os erros cometidos pelo governo na tentativa de criar uma medida para compensar a desoneração da folha de pagamento de empresas e municípios. Segundo relatos de participantes da reunião, Lula destacou que deveria ter sido negociada uma fonte de receitas ao firmar o acordo para manter a desoneração em vigor.

A divulgação de uma medida provisória que restringia o uso de crédito presumido de PIS/Cofins gerou uma reação negativa no setor produtivo e resultou em uma derrota para o governo. O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou a devolução do texto, tornando-o inválido, enquanto a desoneração continuou em efeito.

Integrantes do governo afirmam que as críticas de Lula se estenderam a toda a equipe, indicando que a proposta foi elaborada pelo Ministério da Fazenda no final de maio, recebeu aprovação da Casa Civil e foi apresentada à equipe de articulação política antes de ser assinada por Lula em 4 de junho.

Lula lamentou a falta de negociação simultânea do acordo que mantinha a desoneração e a medida para compensar a renúncia fiscal de R$ 26,3 bilhões. O governo levou cerca de um mês para formalizar uma solução para o caso, após fechar um acordo com o Congresso para manter a desoneração da folha em 2024 e estabelecer uma transição para o fim do benefício a partir do ano seguinte.

Reação do Mercado

Desde o anúncio da MP que restringiu o uso de créditos de PIS/Cofins, o Ministério da Fazenda enfrentou críticas de associações setoriais e frentes parlamentares, especialmente do agronegócio, que seria o setor mais afetado pelas novas regras. A proposta azedou os ânimos de empresários e foi interpretada como um esforço do governo para conter gastos.

O governo projetava arrecadar até R$ 29,2 bilhões com a MP, valor destinado a cobrir a desoneração da folha para empresas de 17 setores e municípios de menor porte. Grupos beneficiados incluem o setor de comunicação, calçados, call center, confecção, construção civil, entre outros.

O mal-estar resultante da medida provisória também impactou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que manifestou preocupação com a falta de diálogo prévio sobre o texto e recebeu diversas críticas de diferentes setores da sociedade.

A avaliação política de Lula é de que o governo teria mais sucesso nas negociações se a medida de compensação estivesse alinhada com a manutenção da desoneração da folha de pagamento.


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